Companhia de Engenharia de Tráfego faz leilão de veículos abandonados

Os carros leiloados são destinados unicamente a desmanche ou venda como sucata. Dos 233 colocados à disposição no leilão, 220 foram arrematados pelos donos de "ferros-velhos".

A maioria das pessoas vê apenas carros velhos, amontoados, tomando poeira e enferrujando nos pátios da Companhia de Engenharia de Tráfego - CET. Para outros, no entanto, esses pátios estão repletos de oportunidades de bons negócios. São os donos de "ferros-velhos", negociantes de peças usadas e sucateiros, que abastecem o vasto mercado de peças recuperadas.

Eles esperam com ansiedade os leilões periodicamente realizados pela CET, como o desta quinta-feira (30/06), no qual foram a pregão 233 veículos guinchados por estacionamento irregular nas ruas de São Paulo. O leilão trouxe interessados de várias regiões do Estado, do Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Apesar de aberto a qualquer pessoa, como os carros não dispõem de documentação obrigatória, não podendo mais trafegar, o leilão costuma atrair um público bastante específico, que atua no setor. Por isso os veículos leiloados são destinados unicamente a desmanche ou venda como sucata, o que reduz muito o número de interessados. Os compradores, porém, não fazem por menos: no caso de veículos com maior aceitação no mercado travam verdadeiras batalhas pela posse dos carros.

Ricardo Miranda, que participou do último leilão, disse que seu interesse nos lotes vendidos pela CET é maior por não se tratar de carros sinistrados. "Nós temos um aproveitamento bem maior de peças que nos leilões de rodovia", explica o sucateiro. É que todos os veículos leiloados pela CET são provenientes de guinchamento por estacionamento irregular.

Preço mínimo

Antes de ir a leilão os carros passam por um período de pelo menos 90 dias no pátio. É o prazo mínimo determinado pela legislação federal e durante este período o dono pode retirá-lo, mediante pagamento de multas, taxas e impostos atrasados. Acontece que muitas vezes o valor do carro é inferior aos débitos e o dono prefere abandoná-lo.

Antes de ser levado a pregão, o veículo passa pela avaliação de um técnico do Detran, que determina um preço mínimo. E o interesse dos negociantes de auto-peças fica claro pelos números: no leilão realizado em 23 de março, foram vendidos 493 veículos; já ontem, de 233 carros colocados em leilão, 220 foram vendidos por preços em média 35,3% acima da avaliação mínima e foram arrecadados R$ 502.370,00, que serão utilizados para pagar as despesas dos próprios veículos, como taxa de remoção, estadias, multas e outros débitos. Os 13 veículos não vendidos desta vez voltam ao pátio e aguardam o próximo leilão.

Mas não terão de esperar muito tempo no pátio. Segundo Luiz Pavão, gerente de Suporte da CET, a empresa faz entre três e quatro leilões por ano. Para atender com folga a legislação, o leilão só acontece de oito a dez meses após o guinchamento. "A gente tem todo o cuidado, inclusive o de fazer levantamentos junto ao cadastro do veículo para ver se há queixa de furto ou algum motivo para implicação legal. Quando detectado uma situação desta natureza, esses veículos nem são levados a leilão", conclui o gerente.

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