Dos 27 calçadões do Centro, criados na década de 70 para solucionar o conflito crescente entre pedestres e veículos na região, oito serão abertos para o tráfego de veículos a partir de 2006.

O calçadão da Barão de Itapetininga, entretanto, somente será liberado à noite. Algumas vias próximas a calçadões de grande circulação também serão reformadas de modo a melhorar a acessibilidade tanto de veículos quanto de pedestres. É o caso da Sete de Abril e da Boa Vista. A primeira etapa das obras está prevista para começar em novembro, com intervenções nas ruas Sete de Abril e Florêncio de Abreu, na avenida São João e no Vale do Anhangabaú.

“O Centro foi enfartando e o que estamos fazendo agora são pontes de safena”, resumiu o prefeito José Serra, durante a apresentação do projeto à imprensa nesta sexta-feira (8), no Edifício Matarazzo. Participaram da coletiva, ao lado do prefeito, o subprefeito da Sé e secretário municipal de Serviços, Andrea Matarazzo, a presidente da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), Heloísa Proença, e a diretora da Emurb para o Centro, Regina Monteiro.

“O projeto original dos calçadões não alcançou seu propósito e foi se deteriorando ao longo dos anos, sem manutenção, o que acabou contribuindo para a deterioração do Centro, com o fechamento de muitos hotéis e instituições bancárias devido a falta de acesso”, explicou Serra.

A proposta “Acessibilidade de Veículos à Área de Calçadão” foi elaborada pela Subprefeitura da Sé e pela Emurb, em conjunto com a CET, como alternativa para reverter o quadro atual dessas vias de pedestres. Essa situação, além de gerar deficiência na articulação dos vários trechos do centro velho, contribui para a migração de atividades de serviços para outras regiões da cidade, com conseqüente desvalorização imobiliária, e para a utilização indevida de espaços públicos, aumentando a insegurança no local.

“A ação tem o intuito principal de permitir o acesso das pessoas aos estabelecimentos e aos prédios. Não é correto impedir que as pessoas que moram nessas regiões não tenham acesso a suas casas por meio de carro”, observou o subprefeito Andrea Matarazzo.

A questão da circulação de transporte coletivo nas novas ruas foi levada em conta pela equipe para que os ex-calçadões não passem a sofrer grandes impactos ambientais. “Em nenhum caso vamos permitir o trânsito de ônibus por linhas que interligam as regiões da cidade, para que essas ruas não virem corredores de ônibus”, ressaltou o prefeito José Serra.

Um estudo do trânsito de pedestres em cada calçadão pela CET resultou na decisão pela proibição de veículos na rua Barão de Itapetininga no período diurno. Isso porque o volume de pedestres ali é muito alto durante o dia, com cerca de 11 mil pessoas por hora. Os técnicos estudam ainda os horários em que valerá a circulação de carros e se o tráfego de veículos na rua XV de Novembro também deve seguir esse esquema.

Etapas

O lançamento da licitação para a primeira etapa será no próximo mês. O prazo técnico para início das obras é novembro, com término previsto para abril de 2006.

No Vale do Anhangabaú, será aberta uma via de serviço para veículos com largura de 5,5 metros interligando o acesso norte com a rua Líbero Badaró, através da abertura do calçadão da avenida São João. O leito carroçável será diferenciado das calçadas por um desnível de 10 a 15 centímetros e pelo tipo de pavimento. “Criaremos circulação nas laterais do vale do Anhangabaú, mas o conjunto do Vale será totalmente preservado”, assegurou o prefeito.

O calçadão da rua Florêncio de Abreu deverá ser o primeiro a ficar pronto, já que ocupa um trecho muito pequeno, que vai do largo São Bento à rua Líbero Badaró. Já na rua Sete de Abril, haverá alargamento das calçadas e mudança no sentido da rua no trecho entre a rua Marconi e a avenida Ipiranga. O custo estimado para esta 1ª parte é de R$ 5 milhões.

A segunda etapa terá início com o lançamento da licitação em outubro. A previsão é de que as obras possam começar em dezembro, sendo concluídas em junho de 2006. O custo estimado é de R$ 7,6 milhões.

Entram neste bloco as ruas Boa Vista 24 de Maio, XV de Novembro, Barão de Itapetininga, e Silveira Martins com a Rua do Carmo. Na rua Boa Vista, os passeios serão alargados para até 5,5 metros e terão seu piso reformado. A Prefeitura também definirá os espaços para estacionamento de motos, pontos de táxi, paradas de ônibus etc.

Na rua Silveira Martins/R. do Carmo será aberto o calçadão na praça ao lado da Igreja do Carmo, de forma a dar acesso às ruas. O calçadão da rua XV de Novermbro dará lugar à uma rua com pista de 3,5 a 5,5 metros de largura interligando a rua Anchieta com a rua João Brícola. As calçadas ficarão com uma largura média de 4,5 metros e terão seu piso reformado.

Nesta etapa também está prevista a abertura de via de serviço para acesso veicular ligando a avenida São João pelo vale do Anhangabaú à ladeira da Esplanada. No local, a obra vai garantir ainda a requalificação dos espaços das galerias Prestes Maia e Formosa e a criação de acessos diferenciados ao vale do Anhangabaú.

O projeto de reforma dos calçadões e das ruas Sete de Abril e Boa Vista também prevê a requalificação das calçadas, o reordenamento do mobiliário urbano e a adequação da iluminação pública.

Atualmente existem 27 vias de pedestres na região, compreendendo cerca de 7 quilômetros de vias e 60 mil metros quadrados de área (sem contar o vale do Anhangabaú, que tem 38,25 mil metros quadrados e a avenida São João, que tem 4,34 mil metros quadrados).

Trechos a serem implantados na 1ª etapa:

1- rua 7 de Abril
2- rua Florêncio de Abreu
3- vale do Anhangabaú-Norte

Data da licitação: Agosto/2005
Prazo da obra: 5 meses
Início: Novembro/2005
Término: Abril/2006
Custo estimado: R$ 5 milhões
Obs: Prazos técnicos, não incluindo tramitações do Bid ou eventuais recursos na licitação.

Trechos a serem implantados na 2ª etapa:

1- rua 24 de Maio
2- rua XV de Novembro
3- avenida S.João-Anhangabaú
4- rua Boa Vista
5- rua Silveira Martins/R. do Carmo
6 - rua Barão de Itapetininga

Data de licitação: Outubro/2005
Prazo da obra: 6 meses
Início da obra: Dezembro/05
Término da Obra: Junho/06
Custo estimado: R$ 7,6 milhões
Obs: Prazos técnicos, não incluindo tramitações do BID ou eventuais recursos na licitação.