Cooperativa de costureiras é a 1ª beneficiada com o programa de microcrédito

Para conseguir dar entrada no pedido, o microempresário não pode ter nenhuma restrição cadastral que impeça abertura de conta na Caixa. No entanto, não é necessário apresentação de comprovante de renda.

O primeiro contrato para liberação de microcrédito da prefeitura de São Paulo, em parceria com a Caixa Econômica Federal (CEF), será assinado nesta sexta-feira, no anfiteatro do Centro Educacional Unificado (CEU) da Vila Curuçá, Itaim Paulista.

O prefeito José Serra e representantes da Caixa Econômica Federal assinarão o termo de liberação de até R$ 5.000,00 à Quésia Duarte e Silva, diretora financeira da cooperativa de costura (Coopercost).

Durante a manhã de quinta-feira (21/07), Quésia e os outros integrantes da cooperativa estiveram reunidos discutindo o futuro da microempresa. A também costureira Necionita de Oliveira, sócia de Quésia, pretende investir o dinheiro do microcrédito na compra de máquinas e matéria-prima: “ Pretendemos comprar máquinas mais especializadas para a confecção de roupas esportivas. Nossa idéia é continuar trabalhando com as lojas para no futuro lançarmos a nossa marca própria.”

A idéia de montar a cooperativa surgiu de encontros entre as associações locais. Quésia e Necionita trabalham há 10 anos como costureiras. Antes do surgimento da cooperativa, há cinco anos, as duas trabalhavam em casa. Atualmente, a Coopercost possui cinco grupos de costureiras espalhadas nas regiões do Itaim Paulista e Guaianases, somando 60 pessoas. O trabalho, assim como o lucro, é dividido entre todos. Com a liberação do microcrédito, previsto para a segunda quinzena de agosto, Quésia e Necionita pretendem chamar mais costureiras para trabalhar na cooperativa.

“Quando surgiu a possibilidade de termos um empréstimo começamos a fazer um cadastro de costureiras interessadas em trabalhar conosco. Já temos 200 nomes no nosso cadastro e pretendemos alugar um galpão para instalar a cooperativa”, afirma Quésia. Segundo a costureira, a cooperativa pretende adquirir máquinas com trançador, overlock e matéria-prima.

Como funciona a liberação do crédito

Para conseguir dar entrada no pedido, o microempresário não pode ter nenhuma restrição cadastral que impeça abertura de conta na Caixa. No entanto, não é necessário apresentação de comprovante de renda.

Como Quésia Duarte estava com a documentação em dia, CPF e comprovante de residência, a abertura de conta foi feita na hora. Depois da assinatura do pedido, a ser realizado hoje, ela terá que passar por mais algumas etapas.

Primeiramente será feita uma análise da CEF, juntamente com a prefeitura (por intermédio do SP Confia). Serão avaliadas a estrutura atual da cooperativa e as necessidades para a ampliação da microempresa. Além disso, a CEF irá ministrar um curso de educação financeira que irá ensinar noções básicas de gestão de negócio. Somente a partir da autorização da CEF, SP Confia e o diploma de conclusão do curso é que Quésia Duarte receberá o empréstimo.

O crédito será cedido individualmente a Quésia, para que seja aplicado na Coopercost. No futuro, conforme as necessidades da cooperativa, poderão ser feitos novos acordos de microcrédito por outras costureiras. Além do empréstimo, o programa inclui parcerias com a iniciativa privada.

A empresa Singer - de máquinas de costura - fechou um acordo para a venda de máquinas com preço inferior ao de mercado. O estilista Reinaldo Lourenço também fechou parceria, oferecendo desenhos de roupas gratuitamente às costureiras.

Para ajudar na capacitação das costureiras, estão sendo estudados parcerias com o Senai, Sesi e Sebrae a serem definidas em agosto. A supervisão de todo esse trabalho ficará a cargo do SP Confia por intermédio das unidades espalhadas na capital.