Este ano, participam do programa na capital, ao lado da Prefeitura (Secretarias da Educação e da Saúde) e do Ministério da Educação, a Fundação Faculdade de Medicina, a Unifesp, Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (Hospital São Paulo), o Hospital Israelita Albert Einstein, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo(USP), a Ótica Miguel Gianninni e a FEDEX.
Até o final do ano devem ser entregues cerca de 10 mil óculos, uma média de 2 mil óculos por mês. “Não quero que nenhuma criança nas escolas municipais precise e fique sem óculos. Independentemente dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, vamos garantir esse direito aos alunos de 1º ano fundamental”, disse o prefeito.
“É dramático o fato de muitas crianças não saberem que têm deficiência visual e simplesmente não conseguirem ler. A própria família, muitas vezes, tem dificuldades de identificar”, enfatizou o prefeito.
A cerimônia de entrega ocorreu no CEU Jambeiro, em Guaianases (zona Leste), onde 115 crianças com deficiência visual (de 18 escolas de Guaianases e 21 escolas de Itaquera) foram beneficiadas.
O primeiro par de óculos foi entregue pelo prefeito à aluna Bruna Silva Macedo, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Madre Joana Angélica de Jesus. Em seguida, o prefeito deu os parabéns a outra aluna, Karina Souza Oliveira, pela leitura de uma poesia em Braille.
A menina, que é cega, é uma das mais aplicadas da sua turma na EMEF João de Lima Paiva, segundo a professora Evelize Zamone de Oliveira. “A Karina serve de exemplo para alunos que não têm nenhum tipo de deficiência e se acomodam”, comentou o prefeito, que também elogiou a professora de Karina, Nazareth Neri Lima, do SAEI (Sala de Acompanhamento e Apoio à Inclusão).
Nesta quarta-feira ainda, outros 189 óculos serão entregues a alunos das regiões de Freguesia do Ó/Brasilândia, Jaçanã/Tremembé, Penha, Pirituba e Butantã. Nos próximos dias, outros 532 pares serão distribuídos em escolas municipais e estaduais.
O próximo passo da Prefeitura na campanha será negociar a redução do preço unitário dos óculos e do valor de cada consulta oftalmológica. Hoje, um par de óculos custa R$ 35 e uma consulta custa R$ 15. “Pagando um pouco menos podemos ampliar ainda mais o programa”, explicou.
Após a paralisação da campanha Olho no Olho na cidade nos dois últimos anos, a atual Administração municipal, por meio da Secretaria da Educação, recuperou os recursos junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e reativou o convênio.
Como as crianças que cursaram a 1ª série nos anos de 2003 e 2004 ficaram prejudicadas pela paralisação, a distribuição dos óculos começará por essas crianças, que, atualmente, cursam a 2ª e 3ª séries do ensino fundamental. Atendidos esses alunos, o foco do programa será regularizado, com o atendimento prioritário aos alunos do 1º ano do ensino fundamental, em função do processo de alfabetização.
Olho no Olho
É uma campanha de âmbito nacional, de iniciativa do Ministério da Educação/ FNDE, que inclui triagem visual pelas escolas nos alunos matriculados no 1º ano do ensino fundamental, encaminhamento para consulta oftalmológica e aquisição/distribuição de óculos aos alunos com deficiência visual. A campanha é realizada nos municípios com população acima de 40 mil habitantes.
A primeira campanha na cidade de São Paulo ocorreu no ano de 1998. Na época, os recursos eram gerenciados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia. As consultas foram realizadas nos sistemas de mutirão e em consultórios particulares previamente cadastrados pelo Conselho. Nos anos seguintes as campanhas se repetiram em moldes semelhantes, até o ano de 2001.
No ano de 2002 não houve campanha, mas foram entregues óculos remanescentes do ano anterior. Entre 2001 e 2002 foram distribuídos 1.547 óculos. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, em 2003 e 2004 nenhum óculos foi entregue por intermédio da campanha. Apenas 13 crianças foram beneficiadas, graças a uma arrecadação informal e voluntária feita por funcionários da rede municipal de Saúde.
O programa conta, em 2005, com recursos da ordem de R$ 1,3 milhão. A expectativa é de que até o final do ano passem por triagem 329.536 alunos da redes municipal e estadual, sejam realizadas 42.640 consultas oftalmológicas e distribuídos 10.660 óculos. Até o final de julho, 13.272 consultas oftalmológicas foram realizadas e 4.086 óculos, prescritos.
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