Prodam lança CD-ROM para promover inclusão de pessoas com deficiência

O CD-ROM é um importante guia de informações sobre os diversos temas que envolvem a condição social das pessoas com deficiência, abordando preconceito, legislação, histórico, mitos e ações inclusivas.

Com o objetivo de promover a inclusão de pessoas com deficiência no mercado profissional, a Prodam (Companhia de Processamento de Dados do Município) desenvolveu o CD-ROM sobre acessibilidade “Trabalho um Direito de Todos”. Esse material, inédito no Brasil, foi idealizado pelo deficiente visual e analista de sistemas, Sidney Tobias, membro do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (CMPD). Vários profissionais da companhia participaram do projeto.

O CD-ROM é um importante guia de informações sobre os diversos temas que envolvem a condição social das pessoas com deficiência, abordando preconceito, legislação, histórico, mitos e ações inclusivas. Além dos textos informativos, conta com setenta videodepoimentos de empresários que realizam trabalhos de acessibilidade, especialistas em recolocação profissional e diversos representantes de entidades sociais.

De acordo com Sidney Tobias, a Prodam foi escolhida para realizar o projeto por sua experiência no desenvolvimento de softwares em acessibilidade. “O Conselho queria um CD que sensibilizasse o empregador e informasse a ele sobre as diversas possibilidades em contratar um bom profissional que pode ser deficiente”, conta o analista de sistemas. Apesar de o público-alvo não ser a pessoa com deficiência, todos os vídeos são legendados e possuem versão em Língua Brasileira de Sinais (LIBRA).

Foram seis meses de trabalho, envolvendo profissionais da Prodam e do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência. A equipe foi responsável pela coleta de material, gravação e edição das imagens, além do desenvolvimento das ferramentas para tornar o CD acessível a todos.

A Prodam, desde 1973, dá atenção especial ao tema. A empresa foi uma das pioneiras na admissão de pessoas com deficiência visual na área de informática e desde então tornou-se referência nacional em soluções técnicas para esses profissionais. Em 1976 foi a responsável pela criação de programas como o “Listador Braille - LIBRA”, premiado pela ONU como solução de impressão Braille de baixo custo para os países em desenvolvimento.

Em 1988 desenvolveu software brasileiro de formatação de textos para impressão em Braille, o projeto “Estrela Dalva”. No mesmo ano foi criado o primeiro website governamental no Brasil sobre acessibili-dade digital. O conteúdo é acessado pelo endereço www.prodam.sp.gov.br/acessibilidade.

A companhia possui ainda uma equipe de acessibilidade formada por técnicos de várias áreas, trabalhando com o objetivo ampliar presta-ção de serviços em acessibilidade. Hoje, esse grupo oferece suporte técnico para tecnologias assistivas a diversas secretarias e órgãos municipais. Em maio deste ano, a companhia recebeu da Associação de Deficientes Visuais e Amigos (ADEVA) o título de Empresa Amiga do Deficiente Visual Trabalhador 2005, pelo envolvimento no projeto “Desenvolvendo Talentos”, de capacitação profissional.

Atualmente, 23 profissionais com algum tipo de deficiência fazem parte do quadro de funcionários da Prodam. Como Aurora Fernanda de Jesus Pereira, analista de sistemas na companhia. Ela considera que hoje a população está mais preparada para conviver com as diversida-des. Diz que isso aconteceu porque assuntos como deficiência e in-clusão passaram a ser discutidos nas escolas.

O assistente Samir Pereira Goes, 30 anos, com Síndrome de Down, está na Prodam desde 1999. Começou como estagiário e agora atua na Asses-soria de Comunicação e Marketing. Com a segurança de quem vê seu va-lor reconhecido, Samir fala que aprendeu várias coisas importantes, como o respeito entre as pessoas. “Adoro trabalhar na Prodam. Eu fi-co das 8h00 às 12h00, mas gosto tanto daqui, que se pudesse ficaria até às 17h00”, diz.

Segundo dados do último censo do IBGE, realizado em 2000, no Brasil há 24,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Para elas atividades cotidianas como ir ao cinema, andar pelas ruas, ter um emprego ou acessar à Internet pode transformar-se em verdadeiro mar-tírio. Por isso a necessidade de diminuir significativamente os im-pactos de suas limitações por meio de projetos que os valorizem en-quanto cidadãos.