ONGs e Prefeitura tratam sobre evento suprapartidário pelo desarmamento

Em reunião do prefeito e secretários municipais com diretores das ONGs Viva Rio e Instituto Sou da Paz, foi anunciada realização de manifestação na cidade em setembro.

A Prefeitura de São Paulo acertou nesta segunda-feira (22/08), em audiência com Rubem César Fernandes, diretor da ONG Viva Rio, e Denis Minze, diretor executivo do Instituto Sou da Paz, a participação em um grande evento suprapartidário a ser realizado no município, em setembro. As duas ONGs lideram a campanha pela proibição ao comércio de armas, no referendo nacional que ocorrerá em 23 de outubro.

“Será o grande evento pelo fim do comércio de armas, com representação de todos os partidos, da sociedade civil, sindicatos e Igreja”, afirmou Rubem César, que comparou o evento à campanha pela “Diretas Já”, que tomou as ruas no ano de 1984, ao defender uma idéia, acima das diferenças partidárias. O diretor do Viva Rio disse que o local para o ato ainda será definido.

Rubem César lembrou que, desde quando começou a campanha de entrega de armas, o Estado de São Paulo foi um dos que mais recolheu armas, ultrapassando a marca de 100 mil unidades devolvidas pela população em um ano. O crescimento da mobilização pelo “sim” ao fim do comércio de armas também se dá como reação ao anúncio de que os setores contrários a essa proposta estão mobilizando recursos em torno de R$ 25 milhões para investirem em campanha publicitária.

“A importância da nossa mobilização é porque há dois candidatos nessa eleição: o sim e o não. E essa decisão vai mudar a vida das pessoas”, disse Rubem César, ressaltando que o assunto precisa ser mais exposto. Na sua opinião, a realização do referendo está obscurecida pelas denúncias de corrupção em Brasília.

“A conversa foi muito boa. O prefeito sempre se colocou a favor desta causa e à disposição para ajudar na convocação das lideranças políticas e da sociedade”, disse o diretor do Instituto Sou da Paz, Denis Minze. Para ele, há dois fatores em jogo nesse plebiscito: o interesse público e o interesse econômico. Daí porque o engajamento social e político é necessário para assegurar a decisão mais benéfica à sociedade, que é o fim do comércio de armas, segundo Minze.