Desafios da gestão municipal são debatidos em Fórum sobre reforma do Estado

O IV Fórum Brasileiro sobre a Reforma do Estado é promovido pelo Instituto Brasileiro de Reforma do Estado (IBRE) em parceria com o Instituto Brasileiro de Direito de Estado (IBDE) e o Instituto de Direito Público da Bahia (IDPB).

Lentidão para conseguir investir, ineficiência na prestação de serviços, difícil locação de pessoal e os altos custos de operação dos equipamentos da rede pública em comparação com a iniciativa privada são algumas das barreiras que impedem o funcionamento eficiente da administração municipal, na avaliação do prefeito de São Paulo. Ele participou, na manhã desta quinta-feira (01/09), do IV Fórum Brasileiro sobre a Reforma do Estado, no Anhembi, ao lado de nomes como o ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira.

“Quando se decide fazer algum investimento nós conseguimos fazer, por baixo, seis meses depois, independentemente da disponibilidade de recursos”, disse o prefeito. Algumas das razões para a demora seriam os processos de licitação e as ações contrárias movidas na Justiça. “Isso existe nas três esferas de governo (Município, Estado e União), mas na prefeitura é maior que nas outras”, garantiu o prefeito, que já foi ministro e secretário estadual.

Conseguir convencer funcionários a trabalhar em locais muito distantes do centro é outro problema para a administração, além do roubo de equipamentos e objetos públicos, como fios, tampas de bueiros e até mudas de plantas. “Este ano foram roubados 800 quilômetros de fios”, disse o prefeito. Os roubos teriam ligação com outra barreira na condução da gestão pública: a auto-estima da cidade.

O prefeito falou também sobre o papel do Estado, que está enfraquecido, mas que cumpriu sua parte, no passado, como promotor do desenvolvimento, em especial entre os anos 30 e 70. “É evidente que se trata de um processo histórico, as premissas que estavam por trás do funcionamento daquele Estado não são mais válidas, houve mudanças fundamentais, inclusive no mundo”, avaliou. “Agora, este Estado não pode ser sucedido por um Estado ausente, espectador”. O prefeito defendeu uma espécie de “ativismo governamental”, capaz de fazer política econômica. Como exemplos de políticas ativas o prefeito citou o Fundef, que reforçou o ensino fundamental no Brasil.

O IV Fórum Brasileiro sobre a Reforma do Estado é promovido pelo Instituto Brasileiro de Reforma do Estado (IBRE) em parceria com o Instituto Brasileiro de Direito de Estado (IBDE) e o Instituto de Direito Público da Bahia (IDPB). O foco, este ano, são os vínculos entre as reformas da gestão pública e o desenvolvimento nacional.