Pesquisa inédita mostra perfil dos carroceiros de São Paulo

A análise tem o objetivo de adequar o programa social “Tecendo Novos Caminhos” a realidade dos quase 20 mil carroceiros da cidade.

Homem, com idade entre 41 e 55 anos, nascido em São Paulo e, ao contrário do que se imagina, já trabalhou no comércio formal. Mora em casa e ganha de um a três salários-mínimos.

Este é o perfil da maioria dos carroceiros da cidade, verificado por uma pesquisa feita pela Prefeitura, que ouviu 500 trabalhadores entre os meses de julho e agosto.

A análise tem por objetivo adequar o programa social “Tecendo Novos Caminhos” a realidade dos quase 20 mil carroceiros da cidade.

Após reuniões com lideranças dos carroceiros das regiões do Brás e da Mooca, a equipe do “Tecendo Novos Caminhos” decidiu elaborar um questionário para verificar quem são esses trabalhadores.

Os locais de aplicação da pesquisa foram levantados em parceria com as Subprefeituras e com as Supervisões de Assistência Social, que já conheciam os locais de concentração.

Perfil dos Carroceiros

O questionário verificou que a maioria dos carroceiros (90%) são homens, com idade entre 41 e 55 anos (48%) e nascidos na cidade de São Paulo (23%).

A escolaridade é baixa e a maioria não terminou o ensino fundamental. Apenas 25% completaram a 4ª e 5ª séries. 60% gostariam de trabalhar em grupo e apenas 36% preferem trabalhar individualmente.

Devido a alta quantidade de resíduos jogados nas ruas, o Centro e a Lapa são as regiões que concentram a maioria destes trabalhadores, com 32% e 29% respectivamente. Os materiais mais recolhidos são plásticos, metais e papeis.

O ganho médio no dia é de R$ 6 a R$ 10 (28%) seguido de R$ 11 a R$ 15 (21%), possibilitando uma renda de um a três salários-mínimos.

A maioria, 61%, já trabalhou com carteira assinada e reside em casas (55%). Apenas 23% moram na rua e 14% em albergues. O local de moradia coincide com o de trabalho: 36% residem no Centro e 15% na Zona Sul.

Tecendo Novos Caminhos

O projeto visa incentivar o empreendedorismo e a auto-sustentabilidade dos carroceiros, capacitando-os na área têxtil.

Com isso, ao invés de vender às indústrias de reciclagem o lixo coletado, a idéia é que os resíduos sirvam de matéria-prima para a confecção e comercialização de roupas, artesanatos e outros produtos.

Para a realização desta nova fase, a Prefeitura de São Paulo busca parcerias com a iniciativa privada e o terceiro setor. O projeto será composto de quatro módulos que compreenderão aulas técnicas de costura, artesanato, reciclagem; sistema de gestão empresarial e noções básicas de micro-crédito, entre outras.