O Balé da Cidade de São Paulo encerra com apresentações gratuitas nos dias 16, 17 e 18 de setembro a semana comemorativa dos 94 anos do Theatro Municipal. Além da coreografia inédita, Adeus deus, de Sandro Borelli, serão apresentadas: Bossa, de Henrique Rodovalho, e Divinéia, de Jorge Garcia, em novas montagens.

O novo balé de Borelli, seguindo a trajetória do autor de traduzir em linguagem artística temas existenciais polêmicos, traz para o palco a questão do suicídio.

Segundo o coreógrafo, “trata-se apenas de um discurso poético, no qual se usam elementos da dança e do teatro, para que as pessoas possam refletir sobre a validade ou não desse gesto extremo do homem”. A própria grafia da palavra “deus” em minúsculas tem, como explica ele, a intenção de desligar o ato de suas implicações religiosas.

No espetáculo, um bailarino e uma bailarina, representando um ser dividido em suas duas partes, ao som da música de Zbigniew Preisner, entrelaçam seus corpos, sugando um ao outro, em sincronias possíveis e direcionadas a um ponto final.

Nas apresentações, o público também poderá ver as coreografias Divinéia e Bossa. A primeira é do pernambucano Jorge Garcia, inspirada, principalmente, no livro Estação Carandiru, de Dráuzio Varella, tendo ao fundo sons nordestinos e música eletrônica. A alegre Bossa, de Henrique Rodovalho, é dançada ao ritmo do samba e da bossa nova.

Para Mônica Mion, diretora do Balé da Cidade de São Paulo, reunir os trabalhos de três coreógrafos brasileiros em um mesmo espetáculo tem como objetivo valorizar os artistas nacionais e mostrar a diversidade da dança no nosso país.

Segundo ela, “em julho, mostramos as criações feitas por profissionais estrangeiros para a nossa companhia. Agora é a vez de exibirmos a nossa visão, com três espetáculos brasileiros de estilos totalmente distintos”.