Comunidade e município se unem e mudam a realidade em favela da Zona Oeste

O trabalho solidário do padre Roberto, na favela Vila Nova Jaguaré, mostra que é possível construir um modelo de vida baseado na confiança e no respeito.

A Vila Nova Jaguaré, na Subprefeitura da Lapa, é considerada uma das maiores favelas da cidade de São Paulo e, assim como todas as outras, necessita de atenção da sociedade e dos órgãos municipais.

Buscando dar essa atenção, o padre Roberto Grandmaison, da Congregação de Santa Cruz, procurou apoio do município e hoje realiza um importante trabalho com as crianças da região.

Ele viveu por seis anos no local e sentiu de perto as necessidades de quem mora lá. “A maneira dessa comunidade se relacionar é muito diferente, é uma população muito calorosa, que convive com problemas de todos os lados”, afirma o pároco.

Educação e diálogo

Antes de modificar a realidade da região, o padre ouviu dia a dia esses moradores e, assim, realizou um trabalho pastoral em três comunidades: Santa Luzia, Bom Jesus e Nossa Senhora Aparecida. Grandmaison chegou aos poucos perto dos jovens, com educação e diálogo. “Consegui tudo isso na base da confiança e respeito. E ao longo destes anos, conheci a fundo as mazelas dessa gente que é colocada à margem da sociedade”, diz.

O padre atua na região há mais de 25 anos, com 12 mil moradores, e percebeu que sua maior necessidade era uma creche. Através de um convênio com a Prefeitura de São Paulo e algumas instituições privadas, foram criadas três unidades que funcionam como creche: Centro Educacional Infantil (CEI) - Santa Luzia, Nossa Senhora Aparecida e Vila Nova Jaguaré, além de dois Núcleos Sócios Educativos (NUSE) - Santa Cruz e Bom Jesus e o Centro Cultural Profissionalizante Santa Cruz, totalizando um atendimento de aproximadamente 1000 moradores - entre crianças, jovens e adultos.

Projeto de vida

O padre acredita que o segredo do trabalho comunitário seja acreditar que se pode criar um projeto de vida diferente. “É um projeto a longo prazo e que, felizmente, cresce a cada dia. E nesses caminhos temos surpresas boas e ruins. Mas é acreditando no valor das pessoas que se faz o bem”, afirma.

Segundo o padre a favela Vila Nova Jaguaré é, hoje, o retrato do país. “Existem muitas crianças que estão num contexto familiar destroçado, e aqui encontram uma nova perspectiva e renovam as esperanças”, enfatiza o religioso.

Para obter mais informações sobre os trabalhos sociais da Congregação de Santa Cruz, basta entrar em contato com a Creche Vila Nova Jaguaré, na Avenida Dracena, 797 (telefone 3768-1685).