São Paulo coleta apenas 0,8% das 204 mil toneladas de lixo domiciliar que vão para os dois aterros sanitários mensalmente. A infra-estrutura da coleta de materiais recicláveis da Prefeitura conta com 14 Centrais de Triagem e 72 caminhões que circulam com 20% de sua capacidade de transporte. Cerca de 705 pessoas são beneficiadas, com uma renda média mensal de R$ 400.

Em paralelo, cooperativas e catadores avulsos operam fora desse sistema em condições inadequadas de trabalho. A partir desse quadro, a Secretaria de Serviços está implantando mudanças no atual modelo de coleta seletiva na cidade, para inclusão de profissionais que vivem desse ramo, e para atingir maior eficiência do sistema de coleta de lixo na cidade.

Com uma otimização da infra-estrutura das Centrais de Triagem, ampliação das rotas de coleta (inclusive com maior freqüência semanal), implantação de três turnos nas centrais e conseqüente inclusão de mais cooperados ao sistema, a meta é chegar a 2,7 mil pessoas atendidas, com renda média mensal de R$ 600 cada uma e aumento da quantidade de material recebido.

É importante ressaltar que o novo modelo é proposto, e não imposto, aos que vivem desse ramo de atividade. No Centro, devido a suas especificidades e à qualidade de material reciclável gerado, a Secretaria de Serviços está construindo junto com as cooperativas (conveniadas com a Prefeitura e aquelas legais que hoje não têm vínculo com o poder público) e catadores avulsos, um modelo definitivo para o desenvolvimento da coleta, inclusive levando em conta a fidelização já construída entre catadores e geradores.

A Prefeitura também vêm realizando reuniões periódicas com as cooperativas conveniadas ao programa de coleta para discutir este novo modelo. As cooperativas que aderiram a este novo modelo necessitam hoje, o quanto antes, de sua implantação e da adesão da população ao programa, para que possam aumentar a quantidade de material coletado, o número de cooperados e conseqüentemente a produtividade das Centrais pelas quais são responsáveis.

Nessa semana (de 26 a 30 de setembro), a Secretaria de realiza reuniões diárias divididas por zona da cidade (norte, sul, leste, oeste, centro), analisando particularidades destas em conjunto com todos os agentes locais da coleta seletiva: cooperativas que operam Centrais de Triagem, cooperativas sem convênio e catadores avulsos. A partir daí, o modelo será ajustado conforme a perfil de cada região, a exemplo do que está sendo realizado no Centro de São Paulo.

As principais propostas do novo programa de coleta seletiva em São Paulo são:

Ampliação de rotas e freqüências dos caminhões de coleta;
Aumento do número de cooperados;
Aquisição de novas esteiras de triagem;
Implantação de três turnos nas Centrais de Triagem;
Formalizar a atuação de cooperativas legalizadas através de novos convênios com a Prefeitura;
Incentivar a inclusão de catadores avulsos ao programa; Eliminar a figura do atravessador e fazer beneficiamento, através de equipamentos próprios, do maior montante de material reciclável possível para venda direta à indústria (há parcerias já firmadas e outras em discussão com futuros compradores);
Parceria com a Fiesp para criação de bolsa de comércio e recicláveis; gerar aumento da renda por cooperado;
Instalação de contêineres em condomínios;
Ampliação de Postos de Entrega Voluntária (PEVs) monitorados em parceria com a iniciativa privada (postos de gasolina, supermercados, shopping centers e outros), passando dos atuais 34 para mil em 3 anos, o beneficiando pelo menos mil pessoas diretamente;
Capacitação técnica dos cooperados, implantação de oficinas profissionalizantes (carpintaria, marcenaria, vidro, papel etc) através de parceiras com empresas privadas;
Instalação de bibliotecas nas Centrais aproveitando os muitos livros coletados e doados que chegam às Centrais.

As rotas e freqüências estarão disponíveis no site da Prefeitura a partir do dia 3/109 e serão implantadas na cidade a partir do dia 17, quando será realizado amplo programa de divulgação à população.