Os desafios da inclusão digital foram o tema dos primeiros debates de quinta-feira (29/09), no 6° Fórum Mundial de e-Democracia, em Issy-les-Molineaux, França. O projeto Telecentros da Prefeitura de São Paulo, que já beneficiou mais de 700 mil pessoas, foi um dos destaques apresentados ao público.

Apos um vídeo, que mostrou a diversidade e grandiosidade da cidade de São Paulo, o secretário Municipal de Comunicação detalhou o funcionamento e o alcance social do maior programa de inclusão digital da América Latina, que oferece acesso gratuito à internet para a população de baixa renda.

Ao citar dados sobre o número de habitantes da cidade em relação ao número de unidades de Telecentros, o secretário frisou a necessidade da participação mais efetiva da iniciativa privada no programa. “As empresas podem e devem contribuir mais para reduzir a exclusão digital. Esta missão não é só da Prefeitura. É de todas as instituições públicas, das empresas, das entidades, enfim de toda a sociedade. Afinal, queremos uma sociedade da informação para todos”, afirmou, destacando que é preciso evitar a criação de mais um tipo de discriminação: a digital.

Democracia eletrônica

A inclusão digital é o principal meio para garantir o alcance consistente dos benefícios das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). “Sem acesso às TICs não há democracia eletrônica”, ressaltou. Em diferentes níveis, o combate à exclusão digital é uma missão para países ricos e pobres e a Prefeitura de São Paulo está no caminho certo.

O presidente do Parlamento da Escócia, George Reid, falou sobre a importância da utilização das TICs para que os políticos dividam verdadeiramente o poder com o povo. “Conectar o cidadão deve ser um comprometimento dos Parlamentos. E isso implica em investimentos em infra-estrutura, ampliação de redes e, fundamentalmente, engajamento de todos os lados”, ressaltou Reid. Para isso, ele defende que as TICs sejam instrumento e não fim.

Transparência

A presidente do Parlamento Basco, Izaskun Bilbao, reforçou o papel essencial das autoridades locais na construção da Sociedade da Informação. “A proximidade com a população permite o melhor direcionamento das ações públicas”, defendeu ela, acrescentando que democracia e transparência devem andar juntas com o suporte das novas TICs.

O diretor da Cifal Bilbao, Josu Ocariz, reforçou a importância das municipalidades na construção da Sociedade da Informação. “Este caminho deve ser pavimentado com ações de inclusão digital, cooperação e solidariedade, que resultem na melhoria das praticas democráticas”, destacou.

O prefeito de Issy-les-Molineaux, Andre Santini, encerrou o evento, conclamando os participantes a estarem presentes no 7° Fórum Mundial de e-Democracia, que acontecerá em 2006.