Secretaria de Educação priorizará leitura e escrita dos alunos da rede

“Programa Ler e Escrever - Prioridade na escola Municipal” será implantado a partir do ano que vem.

A dificuldade em ler e escrever, apresentada pelos alunos da rede municipal de ensino, será combatida através de um novo projeto. A Secretaria Municipal de Educação (SME) - com supervisão de sua Diretoria de Orientação Técnica (DOT), que responde pela parte pedagógica - a partir do ano que vem quer romper com esse círculo vicioso, através do “Programa Ler e Escrever - Prioridade na escola Municipal”.

Algumas medidas já foram tomadas. Dentre elas, implantação da proposta “Gestão Pedagógica, aprendizagem na escola: ponto de partida, ponto de chegada”, que articulará todas as ações e programas da DOT/SME. O propósito é envolver os gestores na criação de condições institucionais favoráveis à aprendizagem.

A secretaria acompanha os planos das equipes pedagógicas das Coordenadorias de Educação. Além disso, já no primeiro semestre do ano que vem, toda a rede passará por uma Avaliação de Aproveitamento Escolar dos alunos. Essa avaliação orientará as políticas e recursos da SME para a melhoria da qualidade de ensino.

Dificuldades

Para criar o programa Ler e Escrever - Prioridade na Escola Municipal, a DOT/SME partiu de algumas constatações. Em primeiro lugar, que grande parte dos alunos da rede não domina o sistema de escrita ao final do primeiro ano do Ciclo I, enquanto os do Ciclo II têm dificuldades em ler e escrever. Professores também foram ouvidos e expuseram as dificuldades encontradas para promover boas situações de aprendizagem para seus alunos.

Para a Secretaria, na medida em que se atinge o objetivo de envolver os gestores no processo de melhoria da qualidade da Educação, se fortalece as equipes pedagógicas e, em especial, se consegue uma maior eficiência da leitura e da escrita, nascem novas condições e outras demandas se apresentam.

Metas

Embora não existam dados oficiais sobre o número de alunos sem os conhecimentos mínimos necessários de leitura e escrita, no ano passado foi feita uma pesquisa por amostragem para avaliar a capacidade de escrita dos alunos do terceiro ano do Ciclo I. O resultado é que algumas escolas chegam a ter até 30% de alunos que não escrevem convencionalmente.

Segundo estudos da SME, 12% (10 mil alunos da rede) são repetentes ao final do Ciclo I. “Isso corresponde a uma sala de aula de 30 a 35 alunos por escola”, explicou o Secretário Municipal da Educação. Para ele, “fatores externos como não ter freqüentado uma EMEI, não ir a uma creche ou viver em ambiente de risco social grande, apesar do esforço dos professores, interferem nos resultados”.

Uma das metas da secretaria será a de criar condições adequadas de aprendizagem da leitura e escrita em todos os alunos ao final do 1º ano do Ciclo I. Para isso, a DOT/SME colocará junto de cada professor, um estudante de Pedagogia, para ajudar na alfabetização. Além disso, essa fase prevê a formação de coordenadores e professores, com capacitação nas próprias unidades educacionais.

Avaliação

Em junho do ano que vem, os alunos da 4ª e 8ª séries serão submetidos a uma avaliação do aprendizado. Em um primeiro momento, a avaliação vai recair sobre a Língua Portuguesa. O projeto que cria o Sistema de Aproveitamento Escolar dos Alunos da Rede Municipal de Ensino, já está aprovado e a portaria deve ser publicada no Diário Oficial nas próximas semanas.

Neste primeiro momento a avaliação abrangerá o ensino de Português dado em sala de aula. Em 2007 será a vez da Matemática.