Ex-moradores de rua vão atuar como agentes de abordagem

O processo, na segunda-feira (17/10), vai selecionar entre 60 pessoas os 20 que vão participar do Programa Agentes de Proteção, que visa à atuação dos albergados na abordagem à população que mora nas calçadas de São Paulo.

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) seleciona, nesta segunda-feira (17/10), moradores em situação de rua para participar do Programa Agentes de Proteção, que visa à atuação dos albergados, juntamente com a CAPE, na abordagem a população que mora nas calçadas de São Paulo.

A seleção será feita no Espaço Público do Aprender Social, entre 60 moradores de albergues da rede de proteção social da SMADS, da Zona Leste e Centro, que participarão de dinâmicas em grupo voltadas à desenvoltura, atuação em equipe e técnicas para lidar com as dificuldades durante as situações de abordagem enfrentadas nas ruas.

Aqueles que não forem selecionados ficarão cadastrados num banco de dados da Secretaria do Trabalho. A exigência para inscrição nesse programa foi de que fossem alfabetizados.

Essa é uma parceria da SMADS com a Secretaria do Trabalho (SMTrab), que visa não somente criar oportunidades de trabalho e renda para a população em situação de vulnerabilidade social, mas também, propiciar a essas pessoas o resgate pessoal, sua auto-estima e principalmente sua reinserção social.

Bolsa

Inicialmente, a SMADS selecionará 20 albergados que receberão uma bolsa auxílio no valor de R$ 363,45 por mês, pagos pela Secretaria do Trabalho. "Os selecionados passarão por palestras de capacitação e serão contratados por Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam com abordagem", diz o secretário da SMADS.

"Acreditamos que a experiência de vida dos albergados, que um dia já estiveram nas ruas, possa facilitar na abordagem e encaminhamento da população que ainda continua resistente a ir para a rede de serviços da secretaria", ressalta o secretário.

Com esse trabalho, a SMADS pretende ampliar de 62 para 400 o número de agentes de proteção social (acolhida) que atuam na cidade, sendo 300 na região central com recursos do BID (200 para adultos e 100 para crianças e adolescentes) e 100 nos demais centros urbanos da cidade.

Programas

A secretaria, com outros parceiros, tem outros dois programas que visam a contratação de albergados. O Passeio Livre, projeto para consertar as calçadas da cidade, já contratou 64 albergados e tem como meta o recrutamento total de 368 até o final do ano.

O projeto Curingão já selecionou 37 para as frentes de trabalho na USP (Universidade de São Paulo). Eles atuam nos campi da Cidade Universitária e na USP Leste, nas funções de pedreiro, calceteiro (conserto de calçadas), jardineiro e pintor. Ao todo serão oferecidas 53 vagas.

Nos três programas (Projeto Curingão, Passeio Livre e Agentes de Proteção) estão sendo beneficiados 441 albergados.