Parque do Ibirapuera abriga mais de 120 espécies de aves

Para registrar o estudo que catalogou essa centena de espécies, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) lança, no dia 27 de outubro, o Guia das Aves do Parque Ibirapuera.

Asa-branca, juriti, quero-quero. Quem visita o Parque Ibirapuera, localizado numa área central da cidade de São Paulo, talvez nunca tenha se dado conta da enorme variedade de espécies de aves que freqüenta o local. São 120 espécies que dividem o espaço em uma das áreas verdes mais importantes da cidade. Para registrar o estudo que catalogou essa centena de espécies, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) lança, no dia 27 de outubro, o Guia das Aves do Parque Ibirapuera.

O projeto teve início a partir de um estudo feito por biólogos e veterinários do Hospital Veterinário de Animais Silvestres de Vida Livre da Divisão de Fauna da SVMA. Criado em 1991, o Hospital recebe animais silvestres machucados encontrados pela população em diferentes pontos da cidade e levados ao Ibirapuera para recuperação, além de bichos residentes no próprio parque. Esses animais, depois de tratados, precisam ser devolvidos à natureza, o que levou os profissionais do Hospital a pesquisar a fauna presente nas áreas verdes de São Paulo.

O levantamento desses animais se iniciou há mais de 10 anos. O trabalho de campo realizado entre 1993 e 1994 gerou uma lista da fauna do município que vem sendo ampliada e atualizada ao longo do tempo. Só no Ibirapuera foram registradas mais de 120 espécies de pássaros, que estão reproduzidas no Guia de Aves do Parque Ibirapuera. Além disso, a publicação preenche uma lacuna devido à escassez de trabalhos desse tipo realizados em grandes centros urbanos.

A proposta do guia é fazer com que o cidadão comum consiga identificar as aves. Para facilitar a observação, o livro traz ilustrações, informações biológicas, tipo de alimentação, se elas são raras, se têm hábitos noturnos ou diurnos, etc.

Entre os pássaros catalogados, nem todos moram no Ibirapuera. Alguns usam o parque apenas para se reproduzir, outros para se alimentar ou como dormitório. A área é uma das paradas do trajeto de imigração de muitas aves que passam por São Paulo. Elas se alimentam de frutos, insetos, peixes e grãos encontrados no Parque.

A riqueza ambiental do Ibirapuera é traduzida através das espécies raras que foram observadas no trabalho de campo, como o tucano de bico verde, que vive nas matas, e a araponga, uma espécie-símbolo da Mata Atlântica ameaçada de extinção. É possível vê-la no Parque durante a primavera.

Segundo Anelisa Ferreira, chefe do setor de biologia da Divisão de Fauna, "é surpreendente que em uma área de vegetação inserida num contexto urbano, exista tanta riqueza de espécies". Ela destaca ainda a importância ambiental que o guia terá para a cidade de São Paulo. A pesquisa que originou a publicação também orienta relatórios de impacto ambiental como o que foi preparado para o projeto do Rodoanel.