Hospitais e pronto-socorros mais humanos na capital

O lançamento do projeto de atendimento humanizado na rede municipal de saúde aconteceu nesta quinta-feira.

Desde junho deste ano, todas as quartas-feiras, Silvana Dias e Maria Aparecida de Souza freqüentam o Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya (Jabaquara), na Zona Sul. Elas são as “Doutoras Cidadãs”, voluntárias da ONG Canto Cidadão que, em trajes de palhaço, receitam e aplicam doses de alegria e motivação como parte do tratamento dos pacientes.

“Às vezes a gente está tão... pensando outras coisas assim, e, de repente, elas animam, levantam a auto-estima da gente, dizem palavras de conforto e a gente se sente bem”, conta Sidrônea Malta da Conceição, de 50 anos, que está internada no Hospital Jabaquara há quase dois meses em decorrência de um acidente de carro.

Os “Doutores Cidadãos” são apenas um exemplo de uma série de ações de humanização no atendimento que já acontecem em algumas unidades da rede municipal de saúde e que, a partir desta quinta-feira (27/10), passam a integrar o programa “Saúde de Braços Abertos - Humaniza São Paulo”.

“O fator crucial na saúde é o fator humano: basicamente quem são as pessoas que atendem e como os pacientes são tratados”, destacou o prefeito, após conhecer o projeto de humanização desenvolvido nos três andares do hospital.

Dentre as atividades conhecidas destacam-se o workshop “Criando com Palitos” - aulas de criação de esculturas com palitos de sorvete para as crianças internadas -, as aulas de Origami (esculturas em papel) e os Contadores de História, na Brinquedoteca do 3º piso; o Cantinho da Beleza, no piso da maternidade, onde mães e outras pacientes com capacidade de locomoção podem ter, gratuitamente, serviços de manicure, cabeleireira e maquiagem.

“As ações são para que a população possa ter dentro do hospital um ambiente de recreação, lazer e de mais serenidade”, explicou a secretária de Saúde. A secretária enfatizou o fato de o projeto não acarretar em custos adicionais relevantes para a Prefeitura. Todas as ações são desenvolvidas por funcionários e médicos e por voluntários, de ONGs e da comunidade do entorno das respectivas unidades.

“A Secretaria de Saúde ativou a rede de voluntariado que já existe na cidade para trabalhar nos hospitais e pronto-socorros”, informou. “Carrinhos de chá e de leitura, arranjos de flores, artesanato, as aulas são exemplo de atividades que os próprios funcionários estão fazendo para ajudar os pacientes e a comunidade”, complementou.

Outras ações do programa, que será implantado gradativamente nos 15 hospitais e 17 pronto-socorros da Prefeitura, são: carrinhos de chá, carrinhos de leitura (revista) e biblioteca móvel nos corredores dos hospitais; musicoterapia; oficinas e exposições de artes; teatro de fantoches; binquedotecas; e ginástica tradicional chinesa Lian Gong.

Pesquisas revelam que atividades como estas resultam em melhor adesão ao tratamento do paciente e diminui o tempo de internação. “Nós sabemos que a imunidade melhora muito quando as pessoas têm força de vida, quando são amparadas e recebem amor junto ao tratamento”, observou a secretária da saúde.

Outra atividade, que será incluída nas áreas de maternidade dos hospitais, é o projeto “Mães do Berçário”. Voluntários ensinarão crochê, tricô e artesanato às mães que acompanham seus bebês no berçário e mães internadas por um longo período com risco na gravidez.

O programa também contempla os funcionários dos hospitais e pronto-socorros, que terão espaços de meditação e convivência, destinados a bate-papo, televisão, descanso e refeições, além de treinamento para uma melhor recepção aos pacientes e palestras educativas sobre temas diversos.

Todas as atividades seguirão uma programação determinada, com dia e hora certos na semana.