Cemitérios abrem as portas para receber 2 milhões de visitantes no dia de Finados

Os 22 cemitérios municipais de São Paulo esperam 2 milhões de visitantes; no dia 2 de novembro, nesta quarta-feira, Serviço Funerário trabalha com efetivo e horários normais.

Os 22 cemitérios municipais do Serviço Funerário de São Paulo esperam receber 2 milhões de paulistanos de sábado (29 de outubro) até o dia de Finados, celebrado amanhã, 2 de novembro. Para isso, o órgão, ligado à Secretaria Municipal de Serviços, preparou-se com mais 50 funcionários além dos 550 que vão trabalhar nos cemitérios.

No dia do feriado, todos os funcionários do Serviço Funerário têm rotina normal nos cemitérios, que funcionam das 7 às 18 horas, na administração central, no crematório, 11 agências e 19 velórios (estes últimos funcionando 24 horas por dia). A segurança terá o apoio de 600 Guardas Civis Metropolitanos (GCM) nos cemitérios.

A CET vai monitorar o trânsito nas imediações dos principais cemitérios. As recomendações são para que se estacione os carros longe dos portões de acesso, não parar em fila dupla e, de preferência, utilizar os transportes públicos. A SPTrans também entra na operação, alterando itinerários de ônibus para facilitar o acesso aos cemitérios.

Recentemente, os muros foram pintados e foram organizados mutirões de corte de grama (principalmente devido ao período das chuvas), pintura de guias, tapa-buraco e limpeza. Os cemitérios que mais deverão receber visitas são o São Pedro, que espera 230 mil visitantes; Vila Nova Cachoeirinha, 200 mil, Vila Formosa I e II, 180 e 170, respectivamente; Araçá, 120 mil etc.

“Nos preparamos para os dias de maior visitação dos nossos cemitérios”, diz o secretário de Serviços. Por isso, nos últimos meses a prioridade foi concentrar os serviços de zeladoria e infra-estrutura, deixando os locais bonitos e agradáveis para o dia de Finados.

“É importante também contar com a colaboração da população, não sujando os locais e não colocando vasos que acumulem água nos túmulos”, lembra. A Secretaria também planejou mutirão de limpeza nos equipamentos do Serviço Funerário para os dias que sucedem o Feriado, bem como as Subprefeituras das regiões dos cemitérios.

Mais segurança

O aumento no efetivo da guarda do cemitério e a implementação de rondas noturnas com a GCM resultaram em uma queda de ocorrências nos cemitérios da capital: de oito registros policiais em maio deste ano, em toda a cidade, chegamos a três em setembro e nenhum registro em outubro.

Araçá, Vila Mariana, Santo Amaro, São Paulo, Consolação, Penha, Quarta Parada, Tremembé, Santana, Saudade, Lapa e Campo Grande já tiveram cercas perimetrais (chamadas ouriços ou concertina) instaladas em seus muros. Os demais cemitérios ainda serão equipados com o item de segurança. A Secretaria de Serviços também planeja instalar sistema de câmera de segurança em cemitérios onde existem agências funerárias.

Visitação em cemitério

O Cemitério da Consolação é hoje bastante procurado por interessados em pesquisar sobre arte tumular e conhecer a história de seus famosos falecidos. Para estimular o turismo em cemitério, atividade comum na Europa, o secretário Andrea Matarazzo, também Subprefeito da Sé, organizou visitas de alunos de escolas municipais no Consolação.

Já realizaram o passeio 150 estudantes e também todos os professores das escolas do Centro de São Paulo, para que possam conhecer o roteiro e montar excursões e atividades didáticas para seus alunos. Isso estimula o passeio no cemitério que, nas últimas semanas, tem recebido até 160 pessoas por dia interessadas na história do local.

A visita é monitorada por Francivaldo Gomes (apelidado de Popó), que foi sepultador e sabe na ponta da língua boa parte da história das pessoas, famílias e trabalhos artísticos presentes no cemitério. Seu instrutor foi o antigo administrador do local, o falecido historiador Délio Freire dos Santos, que realizou as primeiras pesquisas do patrimônio artístico e histórico do cemitério da Consolação. Ali podem ser encontradas algumas raridades e muitas obras de arte.

Fundado em 10 de julho de 1858, possui túmulos de Monteiro Lobato, Tarsila do Amaral, Ramos de Azevedo, Adhemar de Barros, Antoninho da Rocha Marmo, Mário e Osvald de Andrade, o maior mausoléu da América Latina, o da família Matarazzo etc, além de dezenas de obras de arte de importantes escultores do século passado como Victor Brecheret, entre outros.

O passeio explica o que é a arte tumular e a conta sobre a vida de personalidades que participaram da história da capital paulista e que foram sepultadas no cemitério, tombado neste ano pelo Condephaat como patrimônio do Estado.

Campanha

O Serviço Funerário está promovendo uma campanha nos cemitérios e agências para achar famílias que abandonaram túmulos. Há cemitérios que chegam a 30 em um só cemitério, como o da Lapa e o de Santana.

Aproveitando esta época de maior visitação nos cemitérios, serão distribuídos panfletos para procurar famílias que têm túmulos mas há muito tempo não se manifestam. Há túmulos sem vestígio de propriedade por 20 anos. Informações sobre como proceder em caso de falecimento também serão distribuídas, com conteúdo semelhante ao encontrado no endereço: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/empresas_autarquias/servico_funerario/como_proceder/0001

Dados estatísticos

Em São Paulo há mais de 4 milhões de pessoas já sepultadas nos cemitérios municipais. Por mês há uma média de 5 mil pessoas sepultadas e cremadas na cidade. O Serviço Funerário do Município de São Paulo é uma autarquia responsável por 22 cemitérios, 1 crematório, 19 velórios, 11 agências, uma administração central e uma administração em Vila Maria. Cerca de 5 mil sepultamentos e 500 cremações por mês em São Paulo.