"Morra o cemitério", gritavam os manifestantes

Não foi fácil convencer as pessoas a trocar o ‘conforto’ das igrejas por campos abertos, longe das áreas habitadas das cidades.

Os homens também legislam sobre a morte. Até 1828, os sepultamentos no país eram feitos em igrejas, para aproximar os mortos dos vivos. Não foi fácil convencer as pessoas a trocar o ‘conforto’ das igrejas por campos abertos, longe das áreas habitadas das cidades. Em 1836, em Salvador, os cemitérios geraram uma forte manifestação da população, que ficou conhecido como “Cemiterada”. Os manifestantes vandalizaram um cemitério, aos gritos de “morra o cemitério”.

Em 1856, uma lei que regulamentava o funcionamento de cemitérios em São Paulo e proibia, definitivamente, os sepultamentos em igrejas, trazia um artigo curioso: se em um velório o morto acordasse repentinamente, este teria de pagar uma multa, valor que seria dividido entre o administrador e os coveiros.

Fontes: “Câmara Municipal de São Paulo – Quatro séculos de história”, Délio Freire dos Santos e José Eduardo R. Rodrigues; “A morte é uma festa”, João José Reis.