“Mais do que o reinício de uma obra largada no meio, estamos fazendo uma nova obra, que será a maior desta gestão. Uma obra que vai custar mais de R$ 400 milhões e servirá a uma região carente da cidade, que sofre bastante com a falta de transportes", disse o prefeito , nesta sexta-feira (4), durante a cerimônia que marcou o início das obras da Linha Expressa Parque Dom Pedro-Cidade Tiradentes.

A obra terá cerca de 32 quilômetros de extensão e aproveitará as estruturas abandonadas do Fura-Fila, projeto lançado em 1996 e paralisado durante as duas últimas gestões. “Não é mais o Fura Fila, nem outra coisa. É o Expresso Tiradentes, que vai transportar com muito mais agilidade a população que hoje gasta, em média, três horas para vir da Cidade Tiradentes para o Parque Dom Pedro”, acrescentou o prefeito.

Os dois primeiros trechos da Linha Expressa - que interligarão os terminais do Parque D. Pedro II, no Centro, ao Sacomã, na zona Sudoeste - devem ser concluídos até o final de 2006. Os trechos 3 (ramal Vila Prudente), 4 (Vila Alpina-São Mateus) e 5 (São Mateus-Cidade Tiradentes) serão entregues no final de 2008. Com o trecho até Sacomã pronto, a linha expressa já poderá funcionar naquele percurso, beneficiando primeiramente a população das regiões do Glicério, Ipiranga e Sacomã.

As obras para a construção de todo o corredor estão orçadas em R$ 450 milhões, sendo que a maioria dos recursos deverá vir da Prefeitura. O projeto de lei orçamentária municipal para 2006, que ainda precisa ser aprovado pela Câmara Municipal, prevê uma verba de R$ 225 milhões para a obra.

De acordo com o prefeito, há também previsão de participação do Ministério das Cidades - por intermédio da Secretaria Nacional de Transportes e da Mobilidade Urbana - com cerca de R$ 75 milhões para o ano que vem. Vale lembrar que nos oito quilômetros de obras não-concluídas do intitulado Fura-Fila e rebatizado de “Paulistão”, as duas gestões anteriores gastaram, juntas, R$ 468 milhões.

Redução de custos e revitalização

O prefeito comemorou a redução de custos no caso da obra da Linha Expressa e em outras obras retomadas pela atual gestão. “Conseguimos uma redução de custos da ordem de 8% nessa obra e, em geral, com renegociação de contratos até agora, economizamos R$ 227 milhões”, informou.

Outro aspecto destacado pelo prefeito foi o da revitalização do entorno das avenidas do Estado e Juntas Provisórias “É um projeto cuidadoso, pois não possui o caráter devastador que alguns corredores tiveram aqui na cidade de São Paulo”, observou.

O corredor inclui tratamento paisagístico ao longo dos cerca de 32 Km e a reconstrução de calçadas e acessos ligados ao trajeto para garantir total acessibilidade aos deficientes físicos.

O secretário municipal de Transportes informou que o transporte no trecho elevado do corredor será feito com veículos de nova geração tecnológica sobre pneus, e que as estações ao longo do corredor serão dotadas do sistema de “pré-embarque”, ou seja, com máquinas onde os passageiros poderão validar suas passagens ou bilhetes únicos antes de entrar no ônibus.

“Economizando o tempo que o passageiro gasta dentro do veículo para validar ou pagar em dinheiro, os ônibus poderão parar e sair mais rapidamente”, explicou o secretário.

Com sete estações terminais e quatro novas interligações com linhas do Metrô e trens da CPTM, o novo corredor atenderá a uma demanda estimada de 300 mil passageiros, numa área de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes, beneficiando em especial as regiões mais distantes da Zona Leste: Cidade Tiradentes, Iguatemi, São Rafael e São Mateus. A operação do corredor permitirá a redução do tempo de viagem do Parque D. Pedro à Cidade Tiradentes de 130 para 70 minutos, com a criação de linhas expressas e semi-expressas.