ATUALIZADA ÀS 21H - “Faltava um museu no país pentacampeão, e faltava um museu no país que tem o maior craque da história do futebol mundial", disse o prefeito de São Paulo, nesta segunda-feira (7/11), durante a apresentação do projeto do primeiro Museu do Futebol do Brasil, que será implantado no Estádio do Pacaembu, na cidade de São Paulo.

O evento contou com a participação de Pelé, considerado o maior jogador de todos os tempos, e dos presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, e da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho. As duas entidades trabalham junto com a Prefeitura de São Paulo para a realização do projeto.

“A idéia não é ter apenas a memória, mas a interatividade, ter um museu vivo, do qual farão parte também as grandes narrações, os grandes comentários”, explicou o prefeito, idealizador do Museu.

A apresentação do projeto teve lugar no salão nobre do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, o primeiro grande estádio da capital paulista, inaugurado em 27 de abril de 1940. O Estádio passará por uma reforma para receber o Museu.

"O Pacaembu tem o carisma do estádio fundador do futebol moderno no Brasil", salientou o prefeito. "É uma honra e uma grande satisfação, porque o Pacaembu me deu tanta alegria", afirmou Pelé.

O prefeito presenteou o craque com uma estatueta de ouro de origem desconhecida encontrada no Pacaembu e recuperada pela Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação. Pelé doou a estátua ao Museu, que, pela estimativa da Prefeitura, deve ser inaugurado até o final de 2007.

Como será

O Museu do Futebol será dedicado ao esporte nacional e não será ligado a nenhum clube ou torcida, muito embora a Prefeitura de São Paulo e os parceiros do projeto - a Fundação Roberto Marinho e a Confederação Brasileira do Futebol (CBF) - esperem contar com a contribuição dos diversos times paulistas e de outros estados.

O Museu será instalado na parte frontal do estádio, na área entre a fachada monumental e a parte de trás das arquibancadas, ocupando um espaço de 5.600 metros quadrados.

O projeto, de autoria do arquiteto Mauro Munhoz, inclui espaço multimídia; galeria de memória dos melhores jogadores brasileiros; sala dedicada aos torcedores, jornalistas e aficionados; estúdio-auditório para depoimentos sobre o esporte; além de lojas de clubes, salas de consulta multimídia e de educação, além de restaurante e café.

O Museu contará com exposições permanentes, acompanhadas e atualizadas por pesquisadores, tais como acervos radiofônicos, fílmicos e fotográficos brasileiros e de seus jogadores no exterior. Também pretende reunir objetos como bolas, uniformes, bandeiras e troféus de todos os clubes do país. Além disso, contará com mostras temporárias e espaços para debates, discussões e workshops sobre o tema.

A Fundação Roberto Marinho (FRM) cederá uma série de arquivos sobre o esporte em vídeo, áudio e impresso para o acervo do Museu, bem como a CBF. "Será um espaço extremamente dinâmico, que vai se renovar a cada final de semana, porque o que aconteceu ontem já estaria no museu hoje", observou o presidente da FRM, José Roberto Marinho.

"Uma das coisas muito importantes é que ele possa ser itinerante, para que parte do acero possa passar por todo o Brasil", sugeriu o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Apoiado nessa idéia, Pelé afirmou que o acervo pessoal de cerca de 5.000 itens sobre sua carreira poderá ser exposto, de forma itinerante, no futuro Museu. Isso porque os objetos deverão integrar outro museu, o “Pelé”, que, de acordo com o craque, será lançado em breve na cidade de Santos.

O projeto está orçado em R$ 25 milhões, dos quais a Prefeitura deverá entrar com aproximadamente R$ 5 milhões. A outra parte deverá ser captada junto à iniciativa privada.

Quando for inaugurado, o Museu do Futebol será uma opção de lazer e promete atrair não apenas os torcedores, mas também visitantes de todo o País e de todo o mundo. No total, 7,5 milhões de pessoas visitam São Paulo anualmente, sendo mais de 50% a negócios e 30% a lazer. Toda essa movimentação é responsável pela geração de mais de 500 mil postos de trabalho, diretos e indiretos.

Obras complementares

Em paralelo às obras de criação do Museu, a Prefeitura de São Paulo deve restaurar as fachadas do estádio e instalar uma nova iluminação, além de revitalizar a Praça Charles Miller.

Durante o evento, o prefeito José Serra anunciou a intenção de resgatar a concha acústica original do Pacaembu, demolida na década 70 para dar lugar à arquibancada popular que foi apelidada “Tobogã”.

Na ocasião do anúncio do projeto, nesta segunda-feira, foi assinado o protocolo de intenções entre a Prefeitura (Secretaria de Esportes e da São Paulo Turismo), a Fundação Roberto Marinho e a CBF para a criação do Museu.