Sinopses dos filmes italianos exibidos na mostra em dezembro

Entre os filmes exibidos estão o polêmico La bestia nel cuore, de Cristina Comencini; La Seconda Notte di Nozze, de Pupi Avati; I Giorni dell’Abbandono, de Roberto Faenza; Musikanten, de Franco Battiato; e Casanova, de Fellini.

O festival ''Venezia Cinema Italiano'' traz a São Paulo seis filmes lançados na mostra em Veneza deste ano, além da cópia restaurada do clássico Casanova, de Federico Fellini entre os dias 1 e 7 de dezembro. Veja abaixo as sinopses.


Mary, de Abel Ferrara
Itália, 2005, 83’

Com: Juliette Binoche, Forest Whitaker, Mattew Modine, Heather Graham, Stefania Rocca, Marco Leopardi, Luca Lionello e Mario Opinato.

Sinopse: Tony é um diretor e ator de sucesso que atribui a si mesmo o papel de Jesus Cristo no controverso filme “This is my blood” (“Este é meu sangue”) que está dirigindo. A outra protagonista, Marie, que interpreta Maria Madalena, ao fim das filmagens não consegue sair do seu personagem e, enquanto todos os outros retornam a Nova York, ela permanece em Jerusalém e inicia uma viagem entre os locais do Evangelho, se emocionando com a crueldade da guerra entre Israel e a Palestina. Um terceiro personagem, Ted Younger, um jornalista televisivo que criou e conduz um programa sobre a Paixão e vida de Cristo, deve encarar uma tempestuosa crise conjugal e espiritual.

* Vencedor do Prêmio Especial do Juri no Festival de Veneza


Musikanten, de Franco Battiato
Itália, 2005, 92’

Com: Sonia Bergamasco Maurizio Gifuni, Alejandro Jodorowsky, Michela Cescon e Chiara Conti.

Sinopse: O filme tem como cenário os últimos três ou quatro anos da vida do compositor Ludwig van Beethoven, vistos por uma perspectiva insólita. Em 2005, uma roteirista televisiva vive uma vida esquiva e pobre em relacionamentos. Se concentra somente em seu trabalho e possui uma única paixão, a obra do célebre compositor alemão. Obcecada por Beethoven, pela sua figura e pelo seu gênio, ouve repetidamente sua música até o dia em que, por um processo hipnótico, passa a viver naquela época, precisamente em 1826.


Texas, de Fausto Paravidino
Itália, 2005, 100’

Com: Fausto Paravidino Iris Fusetti, Riccardo Scamarcio, Valeria Golino e Valerio Binasco.

Sinopse: Um grupo de jovens se encontra, como toda noite de sábado, na casa de Elisa, nos limites da cidade. São amigos há muito tempo e se encontram sistematicamente lá para beber, conversar e fazer piadas tentando esquecer que estão crescendo. Enrico voltou para casa há três meses e já tinha reencontrado os amigos de sempre em uma noite de sábado fria e imersa na neblina, na qual procura entender o quanto mudaram seus colegas durante a sua ausência.


La Seconda Notte di Nuzzy, de Pupi Avati
Itália, 2005, 103’

Com: Antonio Albanese, Neri Marcore, Katia Ricciarelli, Angela Luce e Marisa Merlini.

Sinopse: Itália, fim da segunda guerra mundial. A viúva Lilliana é obrigada a deixar a amada cidade de Bolonha com seu filho Nino, por causa de graves problemas econômicos. Os dois se mudam para a Puglia e vão para a propriedade do cunhado Giordano, irmão do finado marido de Lilliana, que na juventude fora perdidamente apaixonado por ela. A chegada deles agita a vida do frágil Giordano e a rotina do sítio, e reacende antigas desavenças nos ânimos das duas velhas tias do cunhado, Suntina e Eugenia, que ainda sentem um forte rancor da família de Lilliana.


I giorni dell’abbandono, de Roberto Faenza
Itália, 2005, 96’

Com: Marguerita Buy, Luca Zingaretti, Goran Bregovic e Alessia Goria.

Sinopse: Turim, tempos atuais. Olga é uma jovem senhora feliz no casamento e mãe de dois filhos. Subitamente abandonada pelo marido, cai em desespero e entra numa dolorosa espiral. Um precipício que leva a uma queda infernal dentro de si mesma, a reconsiderar o seu destino como mulher, na tentativa de restabelecer uma ordem na sua vida pessoal e cotidiana. O mundo que o marido a deixou como herança lhe parece hostil, incluindo o relacionamento com os filhos, e Olga se encontra a vagar inquieta como o mais furioso dos furacões.

* Filme apresentado na 29º Mostra BR de Cinema


La bestia nel cuore, de Cristina Comencini
Itália, 2005, 120’

Com: Giovanna Mezzogiorno, Alessio Boni, Stefania Rocca, Angela Finocchiaro, Giuseppe Battiston, Luigi Lo Cascio e Francesa Inaudi.

Sinopse: Sabina, mesmo sendo uma bela mulher, com um trabalho que lhe agrada e um companheiro que a ama, começa a se questionar sobre sua felicidade. Estranhos pesadelos a atormentam. As lembranças ligadas à sua infância e à sua família burguesa ressurgem de um mundo interior pertencente ao seu passado, no momento em que descobre que está esperando um filho. Com a ajuda de seu irmão Daniele, vindo dos Estados Unidos, procurará recuperar sua serenidade perturbada por um segredo obscuro e inquietante.

* Giovanna Mezzogiorno ganhou por esse filme Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza. La bestia nel cuore foi indicado pela Itália para concorrer à vaga da categoria do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.


Restauração de Casanova, de Federico Fellini
Itália, original de 1976, 154’

Sinopse: Livremente inspirado nas Memórias (1791-98) de Giacomo Casanova, com inserções poéticas tomadas de Andrea Zanzotto e Tonino Guerra, Il Casanova di Federico Fellini é “um emocionante exemplo de arte onírica, não ilustrativa de conteúdos, cabalística e de vanguarda” (Tullio Kezich) e ao mesmo tempo, a “tentativa de contar uma personagem que é um mito comum, Casanova, e um século figurativamente conhecidíssimo, explorado, exausto, o séc. XVIII, dando às pessoas a sensação de se encontrar diante de algo novo, desconhecido: que não lembra Goldoni, Streheler, Canaletto, Hogarth etc (...)” (Lietta Tornabuoni).

Durante um séc. XVIII, completamente reinventado num estúdio, Fellini narra impiedosamente a ascensão e a decadência do sedutor veneziano através do corpo de Donald Sutherland, bem dublado por Gigi Proietti. O que resulta é um Casanova que gostaria de ser apreciado mais como literato que como garanhão, “um Don Giovanni patife, desesperado, obcecado, teatral (...) atleta do sexo, tão trancado na sua obtusa masculinidade que é meio homem” (Morando Morandini).

O cenário e figurinos de Danilo Donati, a fotografia de Giuseppe Rotunno e a música de Nino Rota contribuem para aumentar as maravilhas visuais de um set muito parecido com um teatro “que toma vida nas barracas da feira, nas representações dos saltimbancos e nos acrobatas, com os mesmos meios e aparatos” (Mario Verdone).