Exposição no Municipal reúne figurinos italianos

Os trajes expostos foram utilizados nas montagens de cinco óperas, na famosa Temporada Lírica de 1951.

No dia 25 de novembro, o Theatro Municipal de São Paulo inaugura a terceira exposição de figurinos de seu acervo histórico neste ano. Depois das mostras dedicadas aos trabalhos de Dener e de Gianni Rato, chegou a vez de o público do Municipal conhecer algumas das peças mais antigas da coleção. Os trajes expostos foram utilizados nas montagens de cinco óperas na famosa Temporada Lírica de 1951.

Os figurinos para Aida, Pagliacci e Cavalleria Rusticana, O Barbeiro de Sevilha e Adriana Lecouvreur foram criados por duas maisons italianas especializadas em trajes cênicos - a Casa d´Arte G Fiore, de Milão, e a Casa d´Arte Gino Arduino, de Roma - e vieram com os cenários para o Brasil. Após as apresentações, foram comprados pela Prefeitura da Cidade de São Paulo, sob a intermediação do empresário Alfredo Gagliotti.

Estavam armazenados no Municipal até o início do ano, quando o maestro Jamil Maluf, diretor artístico do teatro, transferiu o acervo para a recém-criada Central de Produção Chico Giacchieri, na Vila Guilherme. Lá, passam por um processo de limpeza e catalogação, sob o patrocínio da Fundação Vitae.

Com essa exposição, o Municipal relembra aquela que é considerada a sua fase áurea. Entre os artistas que vestiram esses trajes no palco do teatro estiveram os italianos Beniamino Gigli (Pagliacci, Cavaleria, Adriana), Tito Gobbi (Barbeiro e Pagliacci), Fedora Barbieri (Aida e Adriana), Gino Bechi (Aida) e Cesare Valetti (Barbeiro), além dos brasileiros Paulo Fortes (Cavaleria e Adriana) e Agnes Ayres (Pagliacci).

A Aida de 1951 também deu origem a um dos grandes mitos do Municipal. A montagem seria protagonizada por Maria Callas, que estava em São Paulo para cantar Norma na mesma temporada. Indisposta, a grande soprano grega cancelou a sua participação na hora da estréia. A direção do teatro foi buscar na platéia outra cantora italiana, Norina Grecco, que cantou o primeiro ato sem maquiagem e em traje de gala.

Realizada pelo Theatro Municipal de São Paulo com o apoio da Fundação Vitae e do Museu do Theatro Municipal, a mostra poderá ser visitada pelos freqüentadores do teatro até 22 de dezembro, antes de qualquer um dos espetáculos da casa e nos intervalos das apresentações.