Fábrica de Multimistura volta a funcionar no Itaim Paulista

As máquinas produzem, em escala industrial, o farináceo composto de plantas e sementes brasileiras de baixo custo, usado como suplemento alimentar no combate a desnutrição infantil, de gestantes e de lactentes.

A comunidade do Itaim Paulista está em festa. Depois de quatro anos de espera, foi inaugurada este mês a Fábrica de Multimistura, na Paróquia Sagrada Família (Rua Lourenço Franco do Prado, 02, Jardim Nélia).

A fábrica é composta de três máquinas: uma para desidratar as folhas e sementes, outra para triturar e misturar os alimentos e a última para pesar e embalar os produtos.

O maquinário é de propriedade da Prefeitura e ficou inoperante há quase quatro anos. Em busca de solução, o Padre Marcus Fernando, da Paróquia Sagrada Família, solicitou auxílio à Subprefeitura do Itaim Paulista. Com esforço mútuo entre comunidade, paróquia e subprefeitura, o projeto se tornou um programa capaz de diminuir o índice de mortalidade infantil na região.

Suplemento alimentar

As máquinas produzirão em escala industrial o farináceo composto de plantas e sementes genuinamente brasileiras, de baixo custo, usado como suplemento alimentar no combate a desnutrição infantil, de gestantes e de lactentes.

A mistura é composta de alimentos como amendoim, aveia em flocos, castanha de caju, fubá, farelo de trigo, farinha e folhas de mandioca, gergelim, linhaça, semente de girassol e de abóbora, basta apenas, uma colher por dia misturada aos alimentos preparados, para ajudar crianças e gestantes no complemento da alimentação, evitando doenças trazidas pela desnutrição.

Programa

No programa, as crianças desnutridas identificadas no atendimento pediátrico nas Unidades básicas de Saúde (UBS) passam pela puericultura, ou seja, uma pré-consulta, onde elas são medidas, pesadas e é verificada a temperatura.

Caso haja indício de desnutrição são encaminhadas à paróquia para receber a multimistura. Os pais também são orientados sobre o aproveitamento dos alimentos e recebem dicas de alimentação alternativa a custos reduzidos, como a utilização de talos e folhas que normalmente são descartadas.

Até então, a produção do farináceo era artesanal, feita pelas voluntárias da Pastoral da Criança - que utilizavam liquidificadores domésticos para triturar os alimentos, o que gerava uma produção muito menor, além de queimar vários eletrodomésticos.

Hoje, com a instalação da fábrica, é possível a produção de 400 quilos de multimistura por semana em apenas dois dias de trabalho, beneficiando 4.500 pessoas.

Agora, o novo desafio é que as máquinas funcionem todos os dias da semana, mas para isso são necessários recursos mais material para fabricação e embalagem - que poderão ser recebidos por doação de empresas e organizações que venham a se comprometer com o programa.