Adotando novas estratégais, ''São Paulo Confia'' diminui taxa de inadimplência

O sistema adotado pelo São Paulo Confia foi avaliado e aprovado por técnicos da Caixa Econômica Federal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico-Social (BNDES) e da Secretaria Municipal de Finanças.

Em janeiro de 2005, o programa ‘’São Paulo Confia’’, da Secretaria Municipal do Trabalho, tinha um déficit operacional três vezes maior que a sua arrecadação (ou seja, gastava-se três vezes mais do que se arrecadava). No entanto, a situação foi corrigida pelos técnicos da secretaria nos 10 primeiros meses deste ano e, agora, a São Paulo Confia está a caminho de buscar superávit em seus resultados.

A taxa de inadimplência também melhorou. Em dezembro de 2004, a São Paulo Confia tinha uma inadimplência geral de 3,56% contra 3,10% registrada em novembro deste ano. Isso porque a São Paulo Confia adotou uma nova estratégia para incentivar os inadimplentes a quitarem os débitos e incentivar os novos empreendedores a pagarem as prestações em dia.

Por exemplo: ao vencer o contrato, a Prefeitura oferece um novo empréstimo. Neste caso será avaliado a pontualidade do pagamento das prestações do contrato anterior. Se o contrato foi pago rigorosamente em dia, a São Paulo Confia oferece um bônus de 30% do valor do crédito anterior para os empreendedores. A porcentagem do bônus depende da análise da pontualidade dos pagamentos.

A iniciativa deu certo, e o sistema adotado pelo São Paulo Confia foi avaliado e aprovado por técnicos da Caixa Econômica Federal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico-Social (BNDES) e da Secretaria Municipal de Finanças. Para 2006, as expectativas são melhores ainda. Como as contas estão equilibradas, o BDNES já estuda a possibilidade de injetar dinheiro no São Paulo Confia.

História modificada

Depois de trabalhar 28 anos como pedreiro, Severino Luiz de Souza resolveu montar seu próprio negócio. "Quando percebi que não ninguém dava emprego para velho, juntei minhas economias e montei uma papelaria", conta Severino, que já pediu seis empréstimos.

O último, no valor de R$ 600, foi pedido no mês passado. "Esse dinheiro não é para comprar feijão e nem farinha. É para investir no negócio. Não gosto de pegar dinheiro em banco porque é muito complicado e os juros são muito altos", afirma. Ao lado da mulher Josefa de Miranda Souza, de 57 anos, Severino comanda com bom humor e espírito empreendedor a Papelaria Miranda, no bairro do Jardim Ângela, na Zona Sul.

Batalhador, Severino nasceu em Umbuzeiro, na Paraíba, e veio com a família para São Paulo em 1988. Casado, pai de seis filhos, ele orgulha-se de ter trabalhado como pedreiro na construção de Brasília (DF).

Aos 70 anos, completados no sábado (dia 3 de dezembro), Severino sonha em conseguir a tão sonhada aposentadoria. Há três anos, ele entrou com processo na Justiça reivindicando o benefício. "O importante é que, por enquanto, consigo pagar as minhas contas", revela.