Encontro reúne deficientes auditivos de EMEEs

O encontro teve apresentações teatrais de alunos de Escolas Municipais de Educação Especial (EMEEs) e o Hino Nacional apresentado em Libras. A rede atende atualmente 1.800 alunos surdos ou com deficiência auditiva.

O I Encontro de Alunos Surdos e Portadores de Deficiência Auditiva da rede municipal de ensino reuniu na manhã de quarta-feira (07/12) cerca de 600 alunos de 12 escolas da rede municipal de ensino no Sesc Vila Mariana.

O evento foi organizado pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e contou com a presença do secretário municipal de Educação, da secretária adjunta e de representantes do Conselho Municipal da Pessoa Deficiente, Jô Nunes; da Federação Nacional para a Educação e Integração do Surdo, Neivaldo Augusto Zovico; e da Associação de Surdos de São Paulo, Paulo Roberto Amaral Vieira.

O secretário municipal de Educação reiterou seu apreço pelo trabalho das Escolas Municipais de Educação Especial (EMEE) e seu corpo docente. "Temos o maior interesse em criar condições necessárias para que as EMEEs se aprimorem cada vez mais e que possamos atender todos os alunos especiais da melhor maneira possível, para que eles possam participar ativamente da vida na nossa sociedade", disse.

Inclusão

Em breve discurso, Paulo Vieira destacou a importância das associações presentes ao encontro e disse que a inclusão é muito importante nas escolas. Neivaldo Zovico lembrou que desde pequeno estudou na EMEE Helen Keller. "Agora sou professor de Matemática e agradeço à escola onde aprendi muitas coisas".

Ele parabenizou a todos e disse aos alunos que eles podem, no futuro, se transformar em professores e ensinar outros alunos surdos. "É importante que a escola da Prefeitura permita ao surdo relacionar-se e isso só é possível com a presença forte dessas escolas especiais".

Escolas especiais

Zovico defende a existência de escolas especiais para surdos. Nas escolas onde não existem deficientes auditivos "é impossível a comunicação, já que os ouvintes não conhecem a comunicação em Libras". Jô Nunes elogiou o trabalho que a Secretaria Municipal de Educação realiza na área de inclusão de todas as pessoas com deficiência.

O encontro, ''um dia festivo'', nas declarações do secretário de Educação, teve apresentações teatrais de alunos de Escolas Municipais de Educação Especial (EMEEs) e o Hino Nacional apresentado em Libras. A rede atende atualmente 1.800 alunos surdos ou com deficiência auditiva.

História das EMEEs

O atendimento público à criança surda na cidade de São Paulo surgiu de um movimento de pais que queriam ver seus filhos surdos freqüentando uma escola especializada que possibilitasse o seu desenvolvimento integral.

Em 1951 foi instituído o primeiro Núcleo Educacional para Crianças Surdas, conhecido hoje como EMEE Helen Keller. Com o decorrer do tempo, uma única escola pública na cidade não absorvia a demanda de pessoas surdas.

Em 1987, pais, professores, Sociedades de Amigos de Bairro e Associações de Surdos lutaram junto à Câmara Municipal para que se aprovasse a criação das Escolas Especiais, sendo uma em cada região da cidade. A força desse movimento resultou na aprovação da Lei n.º 10.567 de 04/07/88, em sessão extraordinária, contando com a presença de todos os vereadores e obtendo 100% de aprovação.

Resultaram quatro Escolas Municipais de Educação Infantil e de 1º Grau para Deficientes Auditivos (EMEDA): Anne Sullivan (zona Sul), Neusa Basseto (Leste), Professora Vera Lúcia Aparecida Ribeiro (Oeste) e Madre Lucie Bray (Norte). No ano de 1999, essas escolas passaram a ser denominadas EMEE - Escola Municipal de Educação Especial - e no mesmo ano foi criada a EMEE Professor Mário Pereira Bicudo, na zona Norte.

As seis Escolas Municipais de Educação Especial existentes objetivam o atendimento, em caráter extraordinário, de crianças, adolescentes, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais cujos pais ou o próprio aluno optaram por esse serviço, nos casos em que se demonstre que a educação nas classes comuns não pode satisfazer as necessidades educacionais ou sociais desses educandos e educandas.