Um show de sapateado no Teatro Arthur Azevedo

Crianças do Projeto TIP TAP mostram todo o talento em apresentação. Todo ano, vinte alunos se integram ao projeto. Para o próximo ano, a intenção é unir o teatro ao sapateado, apresentando um musical infantil.

As duas horas em que os 85 alunos da EMEF Alberto Santos Dumont, da Vila Maria (Zona Norte) - com idades entre 7 e 16 anos - permaneceram no palco do Teatro Arthur Azevedo, na Mooca (Zona Leste), na última terça-feira (06/12) para apresentar números de sapateado, comprovaram: essa turma dá conta do recado, sim senhor.

E o Projeto TIP TAP, que existe há quatro anos, veio mesmo para ficar. De quebra, bailarinas de sapateado do Clube Sírio-Libanês, e de dança do ventre, da Casa de Chá egípcia Khan-El-Khalili, também se apresentaram.

Sob as ordens da professora Ana Lúcia Evans, que leciona Artes na EMEF, os alunos fincaram no palco, com mestria e desenvoltura, as regras básicas do sapateado, impondo o ritmo até em números country, para delírio de uma platéia lotada de professores, alunos, pais e empresários da região.

Estes, fascinados com o talento e dedicação da moçada, estão ajudando no que podem para que o projeto TIP TAP continue. ''Ganhamos de sapatos a tecidos; até o piso de madeira para sala de dança, que ainda não temos'', diz Ana Lucia, destacando que a mais recente aquisição será um conjunto de figurinos da cantora Fortuna, atualmente se apresentando nos CEUs.

Desde que o projeto foi objeto de reportagem em uma emissora de televisão, o TIP TAP ganhou mais visibilidade. Aumentou a responsabilidade dos alunos e, principalmente, o desejo pela dança. ''Os alunos se sentiram mais motivados após a doação. Ter o próprio sapato trouxe incentivo para eles'', diz Ana Lucia.

Ajuda importante

Para levar esse trabalho adiante - desenvolvido também fora do horário de aula - Ana Lúcia conta com a ajuda de três jovens já formados na EMEF: Adriana Vieira, Adriana Santos e Wesley Vieira. Eles ajudam os mais jovens na arte do sapateado.

Ao saber do projeto de Ana Lúcia, a proprietária do Studio Marchina decidiu aprimorar o trabalho da professora e seus três ajudantes. Discreta, ajuda Ana Lucia e os jovens a prepararem suas coreografias, com aulas aos sábados.

Todo ano, vinte alunos se integram ao projeto, sendo que a procura chega a 200 inscritos, ''Gostaríamos de atender a todos, mas infelizmente ainda não temos condições'', diz Ana Lúcia. Para o ano que vem, a professora Ana Lúcia quer unir o teatro ao sapateado, apresentando um musical infantil.