Arcos do Bixiga: passado recuperado

Composto por 21 módulos, em arcos separados por pilastras, o muro preenche o desnível existente entre as ruas Jandaia e Assembléia, alcançando cerca de 11 metros em seu ponto mais alto.

Um muro de arrimo foi construído entre 1908 e 1914 para conter a encosta da rua Jandaia, na Bela Vista. Composto por 21 módulos, em arcos separados por pilastras, o muro preenche o desnível existente entre as ruas Jandaia e Assembléia, alcançando cerca de 11 metros em seu ponto mais alto.

Aos poucos, uma faixa de terreno compreendida entre o muro e a rua Assembléia foi ocupada por sobrados, datados da década de 1930. Construídos com os fundos voltados para o “paredão da municipalidade”, os sobrados o encobriam em grande parte.

Um projeto de reformulação viária, elaborado nos anos 60, previa a interligação das avenidas Vinte e Três de Maio, Brigadeiro Luis Antonio e a recém-aberta Radial Leste-Oeste. Um processo de desapropriação de casas da rua Assembléia foi aberto, prevendo-se sua demolição. Enquanto se efetuava o pagamento das indenizações, as casas foram invadidas por famílias carentes, situação que perdurou por vários anos.

A prefeitura obteve a reintegração de posse somente em 1987. Providenciou a transferência dos moradores, a demolição das casas e a integração da área à malha viária urbana, com a criação de um acesso entre a Vinte e Três de Maio e a Radial Leste-Oeste. Nesse momento, a cidade redescobriu a beleza arquitetônica do velho muro de arrimo, construído em alvenaria de tijolos por mestres italianos.

Os chamados Arcos do Bexiga foram restaurados, receberam iluminação especial e um jardim fronteiriço. O valor do conjunto se deve à sua função estrutural, à sua expressão plástica e à originalidade da construção. O tombamento do bairro da Bela Vista, pelo Conpresp em 2002, também incluiu os Arcos.

Fonte: Departamento do Patrimônio Histórico