Integração digital é foco do Centro Cultural

O público que mais costuma freqüentar o local é formado por moradores dos bairros vizinhos (Aclimação, Liberdade, Bela Vista e Vila Mariana).

Oficinas profissionalizantes, baladas virtuais, cursos de desenho, passeios, palestras sobre os mais variados temas, alfabetização, lições de cidadania. Esses são algumas das atividades que costumam ser desenvolvidas no âmbito dos telecentros localizados nos bairros mais afastados da capital, cuja população geralmente tem uma grande demanda por atividades culturais e de lazer. Mas qual papel resta a uma unidade quando essa demanda já é suprida por outras instituições?

Esse é o caso do telecentro do Centro Cultural São Paulo, localizado na Liberdade. "Devido às diversas atrações e cursos oferecidos pelo espaço, o telecentro acaba sendo visto como um espaço para a inclusão digital, uma extensão da biblioteca", afirma João Francisco Miguel, supervisor da unidade.

Ainda segundo ele, o público que mais costuma freqüentar o local é formado por moradores dos bairros vizinhos (Aclimação, Liberdade, Bela Vista e Vila Mariana), além dos estudantes das diversas faculdades próximas e trabalhadores em horários de almoço. No entanto, eles muitas vezes vêm para participar de outras atividades, que acabam complementando através do uso do telecentro, seja para imprimir um currículo, um boleto, ou simplesmente pelo acesso à internet.

A maior procura pelos cursos de introdução à informática na unidade é dos idosos. João explica que boa parte das pessoas que chegam ao telecentro já trazem consigo uma noção sobre os computadores, e os idosos, em busca de um entretenimento, ou de estabelecer contato com parentes distantes, procuram conhecer melhor a informática.

Assim, o telecentro costuma montar turmas exclusivas de idosos, visando um atendimento especial, de modo a eles se sentirem mais à vontade para esclarecer as dúvidas, e também uma forma de conciliar o tempo livre deles para fazer o curso. Já cursos como o de planilhas eletrônicas têm uma demanda maior por pessoas acima dos 25 anos. Elas geralmente vêm em busca de uma valorização profissional, um incremento do currículo.

A unidade também busca trabalhar em uma certa sintonia com o Centro Cultural, auxiliando na divulgação de eventos que acontecem no local. Houve um período também em que o telecentro realizou palestras de divulgação do seu espaço no Núcleo de Ação Educativa do Centro, que acabou gerando uma procura muito grande pelos cursos introdutórios, que levou alguns meses para ser absorvida.

No final acaba ficando claro que, diferentemente da situação das demais unidades localizados em áreas nas quais eles são a única opção para os moradores, e que por esse motivo acabam desenvolvendo atividades sócio-culturais complementares, o Telecentro Centro Cultural acaba sendo visto como mais um serviço público disponibilizado pelo local, ficando a encargo do próprio centro preencher as outras demandas.