Investigação da CGM leva à prisão em flagrante de mais um servidor

Funcionário preso é o quarto, em menos de 20 dias. Foram três operações realizadas, em conjunto, pela Controladoria e pela Polícia Civil

A Controladoria Geral do Município comunica que mais um servidor público municipal foi preso em flagrante por recebimento de propina. É o quarto funcionário da Prefeitura preso em menos de 20 dias. Foram três operações realizadas pela Controladoria e pela Polícia Civil.

Desta vez, a ação que desencadeou a prisão teve sua origem em 18 de março, quando um empresário encaminhou à Controladoria Municipal uma denúncia acerca da exigência de propina por servidor ocupante do cargo de Especialista em Meio Ambiente, lotado no Núcleo 1 Norte (Perus), do Departamento de Gestão Descentralizada, da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.

A partir de então, usando o mesmo critério das operações anteriores, a Controladoria iniciou um trabalho de pesquisa e monitoramento, inclusive de evolução patrimonial do agente público supostamente envolvido no esquema de corrupção. O servidor que ingressou na Prefeitura, por concurso público, em 21/6/2010, recebia atualmente um salário mensal bruto equivalente a R$ 4.600,00.

Diante desse levantamento, a 1ª Delegacia de Crimes contra a Administração Pública do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania foi acionada para um trabalho conjunto de apuração que culminou na operação realizada nesta manhã (04).
O servidor investigado foi preso em flagrante depois de receber a quantia de R$ 8 mil em espécie do empresário denunciante, que colaborou em todas as etapas das investigações. Toda a operação foi acompanhada por agentes da Polícia Civil e da Controladoria.

Diante dos fatos constatados, a Prefeitura irá abrir um processo administrativo disciplinar para apurar responsabilidades. Além disso, o suspeito também deve responder pelo crime de concussão.

Histórico
Segundo o relato e documentação apresentada pelo empresário denunciante, a empresa dele sediada na região de Pirituba foi fiscalizada pelo servidor em 6 de março. Naquela oportunidade, foi exigida a apresentação de uma série de documentos no prazo de 48 horas e um auto de inspeção foi lavrado, no qual o agente público mencionou uma série de “aparentes” irregularidades na armazenagem de resíduos industriais.

Após a apresentação da documentação exigida, que ocorreu em 8 de março, o servidor responsável pela fiscalização retornou à empresa em 12 de março, ocasião em que exigiu a quantia de R$ 30 mil reais para “deixar isto para lá”, ou seja, para não multá-la em um valor que, segundo ele, giraria em torno de R$ 90 mil a R$ 120 mil reais.

Após as negociações para a redução da propina, as quais foram monitoradas por agentes da Controladoria Municipal e da Polícia Civil, ficou decidido que seria pago o valor de R$ 12 mil (R$ 8 mil + R$ 4 mil). Na operação conjunta da Controladoria e Polícia, o servidor foi preso em flagrante, recebendo a quantia em espécie, sendo as notas previamente identificadas pela autoridade policial.