Controladoria Geral do Município promove curso de Análise Patrimonial voltada aos servidores

Corregedor da CGU abordou, entre outros temas, estratégias de investigação visando coibir fraudes na administração pública

Nos dias 03 e 04 de julho, a Controladoria Geral do Município (CGM) promoveu, em parceria com a Corregedoria Geral da União (CGU), um curso de Análise Patrimonial, que reuniu servidores de diversas Secretarias e departamentos da Prefeitura. O objetivo do curso foi aprimorar o trabalho desempenhado pelos órgãos municipais que tratam diretamente com casos de fraude e enriquecimento ilícito.

As palestras foram ministradas pelo Corregedor Setorial do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Gustavo Henrique de Vasconcellos Cavalcanti. Entre os temas abordados, estiveram as tipologias de fraudes mais comuns, estratégias de investigação e os principais pontos da legislação existente no âmbito federal e municipal. Os participantes também puderam conhecer alguns casos de enriquecimento ilícito apurados pela CGU nos últimos anos e de que forma eles foram solucionados.

Dados apresentados por Cavalcanti durante um breve histórico sobre a legislação existente para prevenir e punir casos de fraude apontaram que 81% das leis sobre averiguação de patrimônios de autoridades públicas são recentes, tendo sido elaboradas nos últimos 20 anos.

Em 2003, por exemplo, foi criada no Brasil a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e Lavagem de Ativos (ENCCLA). O projeto consiste na articulação de diversos órgãos dos três poderes da República, Ministérios Públicos e da Sociedade Civil que atuam na prevenção e combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. Atualmente cerca de 60 órgãos fazem parte da ENCCLA e São Paulo deverá ser o primeiro município brasileiro a também aderir ao projeto.

Além de apresentar os principais artigos da Lei Federal 8.429/92 (que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício da função), e do Decreto 5.483/2005 (que regulamentou e instituiu a Sindicância Patrimonial no âmbito do Governo Federal), o palestrante também fez uma análise do Decreto Municipal 52.227/2011, que versa sobre procedimentos para apuração e atos de improbidade administrativa.

Cavalcanti também falou sobre a importância de um sistema próprio de Declaração de Bens, como mecanismo para acompanhar, com mais eficiência e rapidez, a evolução patrimonial dos servidores e detectar possíveis suspeitas de enriquecimento ilícito no âmbito da administração municipal. O sistema, inclusive, já foi adotado pela Prefeitura de São Paulo, por meio do Decreto 53.929, de 21 de maio de 2013.