Programação de Junho na Biblioteca Mário de Andrade

Confira a programação completa, com atividades voltadas ao Orgulho LGBT+

Exposição
Leituras, de Thiago Honório
Curadoria de Lilia Moritz Schwarcz
23 de março a 16 de junho
Sala de convivência


Leituras, do artista Thiago Honório, é uma exposição com livros e sobre livros, e realizada numa biblioteca; essa sorte de panteão dos livros. Sintética, silenciosa e poética, Leituras significa uma homenagem aos livros, mas também a uma estética dos livros. O lugar em que ela se realiza é quase autorreferente ou até metalinguístico: a icônica biblioteca Mário de Andrade, instituição cuja vocação primeira vincula-se ao modernismo paulistano, a despeito de não se limitar a ele. A exposição significa também uma espécie de abreviado da obra consistente e coerente de Thiago Honório.

Essa exposição recobre 20 anos de produção — de 2003 a 2023 —, deste artista mineiro, em diálogo com o barroco das Minas Gerais, e com o modernismo paulistano que selecionou esse tempo e esse lócus para pensar Brasil. Composta por 18 trabalhos, Leituras nos convida a pensar no livro como matéria, como conhecimento acumulado, como “substância inflamável”, (conforme o artista gosta de definir) e como forma estética.

Thiago Honório é artista visual. Realizou em 2018 a residência artística do Director's Circle, International Studio & Curatorial Program, em Nova York, EUA, nomeado por Allan Schwartzman; 2019 – Programa de Residência Artística CAMPO AIR | Artist Colony in Uruguay, nomeado por Gabriel Pérez-Barreiro e Patricia Druck, Pueblo Garzón, UY; e em 2020, foi selecionado para a residência GULBENKIAN Grant /AIR 351, Cascais, Portugal por Nathalie Anglès, Sébastien Pluot and Delfim Sardo. Realizou exposições individuais e coletivas recentes em diversos países.


Exposição de foto
Óculos de Okotô, de Keila Sankofa
De 6 de abril a 30 de junho
Hall da estátua

A artista visual Keila-Sankofa realiza exposição com a foto performance Óculos de Okotô 2022 que será apresentada ao público no Hall da Biblioteca Mário de Andrade. Com essa produção, a artista reitera que as formas do viver a partir das tecnologias pretas/negras/afro-brasileiras se fazem em contato com os seres habitantes do planeta, em prol da vida, da sabedoria, e não da morte e da destruição. Nesse sentido, a exposição reflete sobre a tecnologia ancestral como existência.

Keila-Sankofa, nascida em Manaus, no Amazonas, em 1985.

Artista visual e realizadora audiovisual que exerce a multidisciplinaridade em espaços institucionais, urbanos, além de festivais e mostras de cinema. Reconhecendo as encruzilhadas das cidades, das telas e dos salões como territórios aptos para receberem outras narrativas pretas não contadas. Realiza instalações audiovisuais que exibem vídeos performance, fotos e filmes. Desenvolve pesquisas sobre memória de pessoas racializadas, utilizando a manipulação e ficcionalização como um aparato laboratorial e imagético, operando através das técnicas de fotoperformance, autorretrato e obras audiovisuais diversas.

Indicada ao Prêmio PIPA 2021-2023, residente Artística Artlab x Amplify D.A.I (Brasil - Argentina), a artista participou de projetos como NAVE Rock In Rio, convidada para o 40o Arte Pará (PA), Um século de agora - Itaú Cultural (SP), Mulheres que mudaram 200 anos - Caixa Cultural, Festival MUTEK (Argentina e Montreal), selecionada para o 32o Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, 1a Bienal das Amazônias, International Film Festival Rotterdam, além de Diretora artística do Projeto Direito à Memória.

Possui obras nos acervos da Coleção Amazoniana de Arte da UFPA e Museu Nacional de Belas Artes. Gestora do Grupo Picolé da Massa -DaVárzea das Artes, membra da APAN -Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro e Nacional Trovoa.


Exposição
Microcosmos
de Cláudia Tostes
de 25 de maio a 28 de julho de 2024
Corredor de estudos


Na exposição inédita Microcosmos a artista plástica Claudia Tostes apresenta 8 obras que representam as florestas e sua potência simbólica para as cosmovisões humanas. As obras variam de técnicas e superfícies: telas e pintura em madeira. Nelas, os temas botânicos se intercruzam com elementos das cosmologias das religiões de matriz africana e indígenas. O objetivo da mostra é despertar no público a experiência sensorial da mata densa e o encantamento com as florestas e seus microcosmos através de imagens, cores e texturas elementares da natureza.

A vívida profusão desses elementos trazem ao espectador recortes, detalhes em zoom in da exuberante vida nas florestas. Claudia Tostes relembra que na natureza não existem contornos herméticos, mas continuidades, mimetismos e fluxos. Em suas obras não só os caminhos e elementos se cruzam, mas as diversas escalas e perspectivas, do micro ao macrocosmo. Além de uma experiência estética, a exposição Microcosmos é também uma experiência política de encantamento do olhar através da potência e multiplicidade dos habitantes da floresta, sejam eles humanos ou não-humanos.

Claudia Tostes é uma artista plástica que aborda em suas obras temas contemporâneos relativos à natureza, tendo como mote e substrato principais a botânica. O pano de fundo conceitual e político de sua criação é o elogio e a defesa das florestas e de seus habitantes. Tostes nasceu em Belo Horizonte. Começou sua carreira em Brasília participando de festivais culturais e trabalhando como assistente da artista ceramista Celeida Tostes. Cursou Artes Visuais no Parque Lage, no Rio de Janeiro. Em Florianópolis trabalhou com esculturas de ferro. Em Barcelona (Espanha) envolveu-se com a arte têxtil. Em Paris (França) aperfeiçoou sua pesquisa de linguagem artística. Também exerceu atividades artísticas em países como Portugal, Alemanha, Suécia e Uruguai.

Atualmente vive em São Paulo, onde trabalha em seu ateliê. Dentre seus trabalhos mais relevantes e recentes destacam-se a exposição itinerante inédita “Há Muita Vida Aqui Dentro!”, realizada pelo Metrô Linha de Cultura e Metrospoficial, que contemplou as estações Clínicas, República São Mateus (São Paulo, 2022/2023); a exposição também inédita "Mátria: Mãe pátria numa perspectiva feminina”, naA7MA Galeria (São Paulo, 2023), a reedição da exposição “Há Muita vida aqui dentro!” pela Virada Sustentável SP (São Paulo, 2023) e a pintura do mural “Life on the High Seas”para o “The Outlaw Ocean Mural Project” (São Paulo, 2022).Uma de suas obras integra o acervo pessoal do filósofo e escritor Ailton Krenak.

Teatro
Corpo Intruso
peça inédita de Samir Yazbek
Segundas-feiras, 3, 10, 17 e 24 de junho
19h
Auditório

Texto inédito contemporâneo do premiado autor Samir Yazbek.

Montagem dirigida por Pedro Granato, contando no elenco com Luciana Schwinden, Sílvio Restiffe e Julia Terron. A trama acompanha a trajetória de uma professora de língua portuguesa do ensino médio que, distante da sua vocação literária, encontra-se no leito de um quarto de hospital, acometida por uma doença desconhecida. Sua relação com o marido mantém padrões de afetos desgastados pelo tempo, com arquétipos e símbolos do casamento burguês, força motriz de uma vida comprometida com as aparências e os ganhos materiais. Ao receber no hospital a visita de uma aluna apaixonada pelo universo da literatura, a professora, questionada em sua visão de mundo, passa a rever a sua relação com o seu marido e a forma de tocar a sua própria existência.

Classificação etária: a partir de 12 ANOS
Após cada espetáculo, palestras com escritoras contemporâneas:
Aline Bei - 03/06
Ivana Arruda - 10/06
Andréa Del Fuego - 17/06
Natalia Timerman - 24/06

 

Reescrevendo mundos - encontros de escrita e performance
Com Slam das Minas
Terças-feiras, 4, 11, 18 e 25, 19h - sala de apoio do térreo
Sábado, 29, 16h - Terraço
MÊS DO ORGULHO LGBTQIAP+
20 vagas. Inscrições pelo link: https://forms.gle/wA6NcJyJ6pdD2DvU7


Os encontros serão com as integrantes da Slam das Minas SP, que compartilharão suas experiências e processos artísticos, tanto de escrita como construção dos roteiros e performances da coletiva. Em seguida, serão trabalhadas técnicas que estimulam a escrita livre, sendo num primeiro momento com texto coletivo, seguido por exercícios individuais. Para finalizar, exercícios de consciência vocal e corporal, como preparo para interpretação de textos, estimulando a performance e apresentação artística dos participantes.

No sábado,dia do último encontro, será realizado um sarau/slam, que se inicia com microfone aberto, com apresentação dos participantes da oficina e público presente. Em seguida, aqueles que se sentirem confortáveis, poderão competir numa edição pocket da batalha, que segue as regras oficiais, num formato menor: textos autorais, de até 3 minutos, não pode usar objeto cênico, figurino e nem acompanhamento musical, 2 rodadas somatórias e 1 final, jure escolhido na hora.

Slam das Minas é a primeira batalha poética com recorte de gênero de São Paulo, que atua com literatura em diversas linguagens, explorando as construções possíveis através das palavras. Propondo reconstruir conceitos e derrubar estereótipos e receitas de padronização. A Slam já se apresentou e ministrou oficinas em nas cidades de Campinas, Santos, Sorocaba, Bertioga, Jundiaí, Rio de Janeiro, Paraty e Belém; estimulando o surgimento de novos slams com a mesma proposta pelo país, nos estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul., entre outros.

 

Teatro Infantojuvenil
Remetente: Gandhi - Um espetáculo pela paz
Sábados dias 8, 15 e 29 de junho, 14h.
Quarta-feira, 26 junho, 15h


Visando fomentar comportamentos pacíficos e agregadores, o espetáculo tem os ensinamentos de Mahatma Gandhi como sua principal inspiração. Através da história do líder indiano, o espetáculo aborda a não-violência, o respeito e a conciliação, valores fundamentais para a formação de crianças e jovens.
Direção e Dramaturgia: Tiago Real
Elenco: Nathalia Lorda e Tiago Real
Ilustrações e Cenário: Nani Brisque
Equipe de Animação: Fernando Giraldi, Pushkhy, Leandro Robles, wiil_animation, David Busquet, Carlinhos Ramos, Gê Costa, Sirley Alencar, Iaggo Piffero e Lucas Maciel.
Trilha Sonora: Anselmo Mancini
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: a partir de 6 anos

 

Exposição
Construo assim minha própria carne
com Aun Helden, Sansa Rope e Nuno Q. Ramalho
Curadoria Alice Granada
de 8 de junho a 11 de agosto
Sala de exposições (3º andar)
MÊS DO ORGULHO LGBTQIAP+
DETALHES DA EXPO: https://drive.google.com/file/d/16Jh2AHGYibD_vy5rsqBeYa0TNBZmIWnm/view?usp=sharing

CONSTRUO ASSIM MINHA PRÓPRIA CARNE explora as interseções e divergências entre diversas práticas de construção sócio-bio- tecnológica do corpo que, rejeitando um conceito de naturalidade como aceitação passiva das condições de formação dadas pela sorte, decide tomar as rédeas de seu próprio desenvolvimento, buscando atualizar em sua própria estrutura física a virtualidade imaginada por si. Do bombeamento de silicone industrial no esculpir do corpo histórico travesti à injeção de synthol no fluffing bodybuilder, passando pelo uso de intervenções cirúrgicas e hormônios sintéticos para anular ou reforçar a expressão corporal de gênero, criando e destruindo conscientemente seus próprios músculos, gordura e ossos, tais práticas materializam igualmente sonhos e pesadelos da carne.

Com curadoria de Alice Granada, a exposição traz obras de três artistas: Aun Helden apresenta performance cuja pesquisa pode ser resumida na seguinte questão: o que resta quando recusa-se a mulher à aspiração por um corpo nos moldes da hiperfeminilidade esperada pela hegemonia cisnormativa? Sansa Rope expõe sua estréia no suporte escultórico, no qual explora a mesma pergunta, em sentido inverso: que pesadelos são incorporados quando aceitamos tornarmo-nos a imagem extrema das expectativas dominantes sobre o corpo feminino?

Por fim, Nuno Q. Ramalho expõe pela primeira vez em São Paulo seu trabalho em mural, em recorte que explora a relação entre o anamorfismo de suas imagens - projetadas para transbordar a planitude das paredes - e a dismorfia corporal que com frequência motiva a corrida incessante rumo ao devir-monstro, sobretudo masculino, observado em subculturas fisiculturistas.

Alice Granada é curadora independente de arte contemporânea. Iniciou sua pesquisa no ambiente digital através da página @ artes.alheias e com a exposição virtual O Mundo É Digital, Mas Alguém Ainda Tem Que Fazer o Almoço (2022), como parte da The Wrong Biennale. Em 2023, curou as exposições Sagrado Abjeto (Galeria Cândido Portinari, UERJ), bufê dinamite (Projeto Caroço, São Paulo), Cronicamente Online (25M Sala de Projetos, São Paulo) e Instabilidade Fundamental (OMA Galeria, São Paulo). Integrou ainda o júri dos 14o e 15o Salão dos Artistas Sem Galeria, organizado pelo Mapa das Artes na Zipper Galeria (São Paulo). Advogada, é sócia do escritório Nakagawa Baptista & Baptista Advogados, e é formada pela Université Lumière Lyon 2 (2018) e pela Universidade de São Paulo (2018), onde também é mestre em Sociologia do Direito (2023).

Aun Helden é uma artista transdisciplinar brasileira que, utilizando de diferentes linguagens como a performance, a dança, o cinema e a fotografia, desenvolve percepções sobre novos imaginários de um corpo, criando linguagens que escapam à expetativa humana, tudo em consonância com a sua pesquisa semiótica e epistemológica sobre identidades. O seu trabalho é feito através de pinceladas sintéticas, movendo a estrutura de um corpo como se este fosse uma escultura prestes a falhar.

Criando uma simbiose entre estruturas não-humanas e o processo identitário de um corpo, a artista cria óperas visuais de narrativas que parecem ficções, mas que na verdade são fricções entre o corpo-sonho criado por Aun e o mundo e a realidade que o rodeia. Seu trabalho já foi performado e exibido em festivais como Berlin Atonal (Alemanha), WHITEHOUSE (Japão), One Gee in Fog (Suiça), Saigon Gallery (Grécia) e Opyum Contemporary Festival (França).

Sansa Rope (1993, São Paulo) é artista, performer e educadora. Pesquisadora de shibari desde 2016, a artista compreende que é possível explorar as amarrações em fronteiras que transbordem o físico em travessias que mergulham as corporalidades em reflexões políticas, geracionais, estéticas e performáticas. Como performer, participou da 16a edição da Verbo - Mostra de Performance Arte na galeria Vermelho (São Paulo, SP, 2022), da exposição Sagrado Abjeto na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ, 2023), bem como do 33o Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo – CCSP com o trabalho Há Quedas Por Vir, co-criado com Erica Storer (indicada ao Prêmio PIPA 2023), além de outros trabalhos. Ainda, participou como performer no clipe da faixa AMEIANOITE (Pabllo Vittar e Gloria Groove, prod. Nidia Aranha, 2022).

Nuno Q. Ramalho (Rio de Janeiro RJ, 1995) é um artista visual, professor e curador. Sua pesquisa está interessada em explorar as relações entre imagens, Desejo, corpos e espaços dentro do contexto contemporâneo das tecnologias de informação. Seu trabalho acontece, principalmente através de desenhos, pinturas e murais, a exploração de materiais, técnicas e superfícies é feita com o intuito de ‘dar corpo‘ para imagens digitalmente apropriadas e manipuladas que coagulam desejos, narrativas e ideologias. Suas obras nascem de uma pesquisa arqueologica de livre-associação, porém, interessada nas explorações limítrofes do corpo, do desejo e da sexualidade.

Formado em comunicação social pela PUC-Rio, além de frequentador constante da EAV Parque Lage. Atualmente também dá aulas de pintura em seu curso ‘Problema da Pintura’ e faz parte do coletivo “Escola de Desenho Humaitá”. Participou de exposições coletivas como: Tubarões sabem da existência de camelos (2021), Decomposição e fetiche (2022), Apocalypse now: são tantos apocalipses (2022), Dentro de ti (2022), Sagrado Abjeto (2023) e Do Desenho (2024).

 

Ciclo de filmes
5X Fellini
De 23 de maio a 7 de junho
Auditório
Mostra que trará 5 filmes de um dos principais diretores do cinema mundial, o italiano Federico Fellini. Filmes exibidos em arquivo digital com legendas em português.

5/6 - quarta
19h - A Doce Vida (1960) - 2h56min

6/6 - quinta
17h - Julieta dos Espíritos (1965) - 2h17min
19h - 8 e meio - 2h18min

7/6 - sexta
17h - Os Boas Vidas (1953) - 1h47min
19h - A Voz da Lua (1990)

11/06 - segunda
15h - A Doce Vida (1960) - 2h56min

12/06 - terça
17h - Os Boas Vidas (1953) - 1h47min
19h - 8 e meio (1963) - 2h18min

13/06 - terça
15h - Julieta dos Espíritos (1965) - 2h17min


TEMA - TURMAS DE ESCRITA DA MÁRIO - 2024

Com o objetivo de fomentar a reflexão e a prática da escrita criativa, inicialmente em quatro linguagens - poesia, HQ, prosa e escrita para as infâncias - a Biblioteca Mário de Andrade, da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo, lança o projeto TEMA - Turmas de Escrita da Mário. As turmas de escrita serão divididas conforme as linguagens trabalhadas e as aulas, algumas presenciais e outras online, serão ministradas durante todo o ano de 2024, sempre às quintas feiras pela tarde. Cada linguagem terá dois mediadores - com exceção do Tema Prosa, que terá três. Os mediadores serão escritores e escritoras com carreira artística sólida, que representam referências em suas áreas de atuação. A matrícula é gratuita e por ordem de inscrição. As inscrições serão feitas exclusivamente online.

Programação:

TEMA 2 - ESCREVER HQ - quintas, das 15 às 17h
Inscrições de 27 a 5 de junho - https://forms.gle/J5HKjUvk5qv2eoQu8
Mediação de Germana Viana (online) - 6, 13, 20 e 27 de junho


Germana Viana é desenhista, roteirista e quadrinista. Se formou em Artes pela Universidade Estadual de São Paulo e começou sua carreira nos anos 1990 fazendo ilustração de livros infanto juvenis. No início dos anos 2000 começou a atuar como designer gráfica e letrista de quadrinhos, tendo sido assistente de Joe Prado no agenciamento de artistas brasileiros para o mercado norte-americano. A partir de 2013 começou a publicar suas próprias HQs, começando pela série Lizzie Bordello e as Piratas do Espaço, que foi lançada impressa em dois volumes, respectivamente em 2014 e 2016, pela editora Jambô. Em 2016, começou a publicar a webcomic As Empoderadas, que foi vencedora do 29º Troféu HQ Mix na categoria "melhor web quadrinho". Publicou ainda as HQs Gibi de Menininha (Prêmio Angelo Agostini Melhor Lançamento e Troféu HQ Mix) e Ménage #01 e Ménage #02, também vencedores do Troféu HQ Mix.


Sons e Letras
Com Rodrigo Ogi. Mediação de Fabiana Ferraz
Terça-feira, 11 de junho, 19h
Auditório
A Biblioteca Mário de Andrade traz Rodrigo Ogi para falar do ideário por trás das letras de seu álbum “Aleatoriamente”, lançado em 2023.

 

Clube de Prosa com Heitor Botan

Olhai os lírios do campo, de Érico Veríssimo
quarta, 12 de junho, 19h
Sala de apoio - 1º andar

Curso, bate-papos e filmes
O cinema brasileiro e a trilha sonora: uma história a ser ouvida
Com Sérgio Silva e Juliana R.
Bate-papos com Cida Moreira, Arrigo Barnabé, Dino Vicente e Márcia Carvalho
de 12 a 18 de junho
Auditório

Ciclo que aborda a historiografia do filme brasileiro a partir de sua trilha sonora e suas mudanças no tempo. O cinema está constantemente sujeito a mudanças tecnológicas que impactam sua estética; a trilha sonora no cinema brasileiro é atravessada por estas imposições técnicas, ao mesmo tempo que absorve características culturais da música - popular, erudita, de vanguarda, etc - e seu consumo nos séculos XX e XXI. Nesta programação apresentamos uma filmografia e bibliografia que possibilitam o acesso e uma maior compreensão da trilha sonora no nosso cinema, refletindo em como outras artes influenciam nesta estética e criaram uma linguagem particular a ser descoberta e estudada.


Exibições dos filmes em formato digital.
Curso
O cinema brasileiro e a trilha sonora: uma história a ser ouvida
Com Sérgio Silva e Juliana R
Quarta, quinta e sexta-feiras, 12, 13 e 14 de junho, das 14h30 às 17h30
Sala de apoio - térreo
Não é necessária inscrição para participar das aulas.

Aula 1 - quarta, 12 de junho:
A música na virada do século XIX para XX. O surgimento do cinema. A música no cinema silencioso, "pianeiros" de salas de cinema. Ernesto Nazareth. Experiências com a música no período silencioso. Início do cinema sonoro: Limite, Ganga Bruta, Acabaram-se os otários. Heitor Villa-Lobos, Radamés Gnattali. Os filmes cantantes, comédias musicais, melodramas, chanchadas: a música popular e os cantores do rádio. Carmen Miranda, Aurora Miranda, Ary Barroso, Lamartine Babo. O ébrio, de Gilda de Abreu e Vicente Celestino. O cangaceiro e suas canções originais que passam ao imaginário popular. Francisco Mignone e Guerra Peixe. A trilha sonora no cinema clássico brasileiro.

Aula 2 - quinta, 13 de junho:
A música no cinema brasileiro moderno. Zé Keti e Nelson Pereira dos Santos, Rogerio Duprat e Walter Hugo Khouri, Sergio Ricardo e Glauber Rocha. O trabalho de Geraldo José em Vidas secas. Colagens sonoras do cinema de invenção. A casa assassinada e a parceria Tom Jobim e Paulo César Saraceni. A música de Caetano Veloso em S. Bernardo, Gilberto Gil em Copacabana, mon amour, Guilherme Vaz em Fome de amor. A canção em Quando o carnaval chegar e Brasil, ano 2000. As coletâneas musicais dos filmes da Boca do lixo.

Aula 3 - sexta, 13 de junho:
Pós modernos e contemporâneos: Cidade oculta, de Chico Botelho e música de Arrigo Barnabé. Ana Maria Magalhães e a poesia sonora de Assaltaram a gramática. A volta dos cantores do rádio e os filmes pop da década de 1980: Antonio Calmon (Garota dourada, Menino do rio), Lael Rodrigues (Bete Balanço, Rock estrela), Francisco de Paula (Areias escaldantes). A MPB no cinema de Cacá Diegues: Dias melhores virão, Veja esta canção, Tieta, Orfeu. O mangue beat em Baile perfumado. Livio Tragtenberg e Wilson Sukorski em Um céu de estrelas. O trabalho de Antonio Pinto e Jacques Morelenbaum. Onde estão as trilheiras brasileiras? A música no cinema brasileiro contemporâneo: As boas maneiras, O que se move e Três tigres tristes.

Exibição de filmes com debates:
Quinta, 13 de junho, 19h
Exibição de São Bernardo, de Leon Hirszman (Brasil, 1972, 113 min)
seguido de bate-papo com Márcia Carvalho sobre a canção popular na trilha de cinema, mediação de Sérgio Silva e Juliana R.

Sexta, 14 de junho, 19h
Exibição de Cidade Oculta, de Chico Botelho (Brasil, 1986, 120 min)
seguido de bate-papo com Arrigo Barnabé e Dino Vicente: A Música De Vanguarda Vai Ao Cinema, mediação de Sérgio Silva e Juliana R.

Terça, 18 de junho, 19h
Bate-papo com Cida Moreira: A Canção Em Cena, mediação de Sérgio Silva e Juliana R.
seguido de exibição de Copacabana mon amour, de Rogério Sganzerla (Brasil, 1970, 85 min)
Minibios

Juliana R. é artista sonora, sonidista e produz trilhas para filmes e espetáculos. Teve dois discos lançados, o primeiro, homônimo, em 2010, pela YB e o segundo, Tarefas Intermináveis, em 2017, pelo selo A Onda Errada, indicado pela APCA como um dos melhores discos do ano. No cinema, criou trilhas sonoras para os filmes Ontem Havia Coisas Estranhas no Céu (2019), Estamos Todos na Sarjeta, Mas Alguns de Nós Olham As Estrelas (2020), Febre (2017) e ao lado da banda Anvil FX executou ao vivo a trilha sonora para o filme Encarnação Do Demônio, do cineasta Zé do Caixão, durante o L'Étrange Festival, festival de filmes de terror em Paris. Durante o ano de 2017 foi Artista Orientadora de Música dentro do Programa Vocacional, programa de formação artística que acontece em equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Sergio Silva é cineasta e roteirista com experiência em programação e pesquisa da história do cinema. Curador da Cinemateca Brasileira entre 2012 e 2020, realizou centenas de programações, como do Cinema Novo brasileiro, Andrea Tonacci, Glauber Rocha, Carlos Reichenbach, Antonio Pitanga, Odete Lara, Alain Resnais, Leos Carax, do Cinema da Boca do Lixo, José Mojica Marins, Sonia Braga, Marguerite Duras, Roberto Santos, Karim Aïnouz, e mostras como Mulheres, câmeras e telas, Acervo em foco, Cinema brasileiro contemporâneo, Tropicália ontem como hoje, entre outras. Diretor e roteirista de filmes como A terra segue azul quando saio do trabalho (2021), realizado a convite do XIII Janela Internacional de Cinema do Recife e filme de abertura do Doclisboa 2021, Estamos todos na sarjeta, mas alguns de nós olham as estrelas (2020), Prêmio Curta! no Festival de Curtas-Metragens de SP, Febre (2017), exibido na Mostra Aurora, da Mostra Tiradentes 2018; Minha única terra é na Lua (2017), Melhor interpretação no Mix Brasil e Melhor filme do Júri da Goiânia Mostra Curtas 2017, entre outros, exibidos em dezenas de mostras e festivais.

Foi homenageado com uma mostra retrospectiva pela Mostra Tiradentes em 2020, por seu trabalho junto ao coletivo Filmes do Caixote. Como assistente de direção, trabalhou em filmes de Helena Ignez, Julia Katharine, Gustavo Vinagre, Caru Alves de Souza, Juliana Rojas e Marco Dutra. Finaliza seu primeiro longa-metragem, Nem deus é tão justo quanto seus jeans, com Igor Mo, Gilda Nomacce, Helena Ignez e Mariana Ximenes. Atuante no estudo e pesquisa do cinema brasileiro há mais de vinte anos, apresenta cursos sobre nosso cinema em instituições como Spcine e Sesc.

Cida Moreira, pianista desde a infância, iniciou sua carreira artística em 1977, atuando em teatro e musicais. Em 1979, lançou seu primeiro disco, "Summertime", seguido por diversos álbuns aclamados, como "Abolerado Blues" (1983) e "Cida Moreira Canta Chico Buarque" (1993). Em 1985, participou do Festival dos Festivais da Rede Globo com a canção "Novos Rumos". Seu trabalho abrange interpretações de compositores como Chico Buarque, Cartola e Dolores Duran. Em 2020, lançou o álbum "Um Copo de Veneno", consolidando sua relevância na música brasileira. Cida também é reconhecida por suas contribuições ao cinema e televisão.

Arrigo Barnabé, nascido em Londrina em 1951, é um compositor, cantor, pianista e ator brasileiro. Estudou Composição na USP, destacando-se no cenário musical em 1979 ao vencer um festival universitário com a música "Diversões Eletrônicas". Seu primeiro disco, "Clara Crocodilo" (1980), foi aclamado como a maior novidade na música brasileira desde a Tropicália. Barnabé é conhecido por suas composições que misturam música erudita com letras sobre a vida urbana. Participou de diversos projetos da Vanguarda Paulista e compôs trilhas sonoras para filmes. Em 2021, foi tema do filme "Amigo Arrigo".

Dino Vicente foi o tecladista do grupo de rock progressivo Som Nosso de Cada Dia e tornou-se um especialista em sintetizadores. Foi um dos pioneiros na utilização de sintetizadores analógicos no Brasil. Criou o projeto “Orquestra Modular” de sintetizadores e instrumentos eletrônicos influenciado por expoentes da cena eletrônica como Kraftwerk e a Berlin School. Atua como músico, compositor, arranjador e produtor musical na área de cinema, teatro, instalações, multimídia, games, música, novas mídias e publicidade, tendo já atuado com grandes nomes da música brasileira, como César Camargo Mariano, Nelson Ayres, Rita Lee, Arrigo Barnabé, Mulheres Negras, Som Nosso de Cada Dia, Orquestra Azul e a banda Ira.

Márcia Carvalho possui pós-doutorado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo; Doutorado pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas; Mestrado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo; Bacharelado em Comunicação Social pela Universidade Estadual Paulista e Licenciatura em Filosofia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Dedica-se ao ensino de filosofia, sociologia e comunicação e à pesquisa nas áreas de filosofia, música, cinema e suas intersecções. É autora do livro “A Canção no Cinema Brasileiro” (2015), lançado pela Alameda editorial.

 

Filme notável + trilha improvável
Programa de filmes com trilha sonora ao vivo
A queda da casa de Usher, de Jean Epstein (França, 1928, 63 min, silencioso)
Com Koch-Rohrer-Gianfratti
Quarta-feira, 19 de junho às 19h


Baseado no conto clássico de Edgar Allan Poe, com adaptação do surrealista Luis Buñuel, o filme conta a história do Lorde Roderick Usher, que vive numa casa perdida no meio dos lagos, evitada pela população da vila próxima, e está muito preocupado com a saúde da esposa Madeleine. Ele envia uma carta a um velho amigo, que vai visitá-lo neste lugar carregado de angústia e o encontra pintando com obstinação o retrato da mulher.

Certo dia, a esposa de Usher morre e é enterrada na cripta da propriedade. Mas Roderick está convencido de que ela está apenas adormecida. A exibição contará com trilha sonora ao vivo executada pelo trio Koch-Rohrer-Gianfratti

Hans Koch (Suiça) - clarinete, sax soprano
Thomas Rohrer (Suiça-Brasil) - rabeca, sax soprano
Panda Gianfratti (Brasil) - percussão
O trio de improvisação livre se reúne novamente em 2024 para apresentações e oficinas pelo Brasil, em celebração aos seus 15 anos e lançamento de seu próximo álbum.

Thomas Rohrer e Panda Gianfratti mantém longa parceria tocando em duo e participam no coletivo de improvisação musical Abaetetuba. No Brasil, a parceria dos músicos contou com shows entre Rio e São Paulo e participações em Festivais internacionais de Improvisação Musical no Centro Cultural São Paulo e no SESC Belenzinho, entre 2010 e 2012. Em 2014 Hans-Rohrer-Gianfratti receberam o baixista inglês John Edwards para um concerto no SESC Jazz. Em 2017 participaram do Ciclo de Música Contemporânea, em Salvdor /BA, seguindo para uma série de apresentações e oficinas no Nordeste, como na Universidade Federal da Paraíba, Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (Recife), Sesc de Crato no Ceará e na Fundação Casa Grande em Nova Olinda/Ceará.

Hans Koch deixou sua carreira como reconhecido clarinetista clássico para se tornar figura chave e muito ativa no cenário da música improvisada europeia, seja como integrante do trio Koch-Schütz-Studer, seja em variadas formações com músicos como Cecil Taylor, Fred Frith, Paul Lovens, Evan Parker ou Barry Guy. Compõe para peças de rádio e filmes e desde os anos 90 tem trabalhado também com eletrônicos como uma extensão dos instrumentos de sopro. Está sempre desenvolvendo seu próprio vocabulário e sonoridade, se utilizando de técnicas não convencionais de tocar, o que o torna uma voz única, considerado como um dos músicos de improvisação mais inovadores da Europa. Participou em inúmeros projetos internacionais, com artistas das mais diversificadas linguagens, e possui extensa discografia própria ou em participações de gravações, que inclui mais de 80 álbuns lançados.


WME - Woman’s Music Event
dias 20, 21 e 22 de junho

A invenção de Orfeu: leitura guiada
com Fábio de Souza Andrade
Quintas, 20 e 27 de junho e 04 e 11 de julho, das 19h às 21h
Online
Inscrições pelo link: https://forms.gle/qshSLHKBc3s5zvHb6
As aulas serão exibidas no Youtube.

No âmbito da celebração dos 100 anos do Manifesto Surrealista, a Biblioteca Mário de Andrade oferece ao público oportunidade única de se aprofundar num dos poemas máximos da literatura nacional: A Invenção de Orfeu, de Jorge de Lima. Obra prima de um dos principais nomes do Modernismo, retoma o antigo mito de Orfeu para meditar sobre a criação artística, trazendo uma constelação de de imagens poderosas e estranhas, em versos de
musicalidade única que dialogam com a lírica de Camões.

Fábio de Souza Andrade é ensaísta, tradutor e crítico literário, pesquisando e orientando trabalhos nas áreas do modernismo brasileiro e europeu. Assinou a coluna Rodapé, na Folha de S. Paulo, entre 2005 e 2009. Professor Associado de Teoria Literária e Literatura Comparada na USP, é autor dos livros Samuel Beckett: o silêncio possível (Ateliê, 2001) e O engenheiro noturno: a lírica final de Jorge de Lima (Edusp, 1997), entre outros. Foi professor na Unesp e na Unicamp e professor convidado na Universidade de Paris 8 e na Freie Universität Berlin. Organizou antologias críticas da obra de Jorge de Lima (Antologia Poética Jorge de Lima, Cosac Naify, 2014 e Poemas Negros - edição ampliada, Alfaguara, 2016), bem como edições, posfácios e aparatos críticos a seu poema maior, a Invenção de Orfeu (Cosac Naify, 2013, e Alfaguara, 2017). Lidera o GP Estudos sobre Samuel Beckett (USP). Do autor irlandês, traduziu Esperando Godot (Companhia das Letras), Fim de Partida, Dias Felizes e Murphy (Cosac Naify) e Disjecta: escritos diversos e um fragmento dramático (Globo), além dos romances Murphy e Watt (Companhia das Letras).


Terça na pauta
Recital com Lucas Thomasinho (piano)
Terça-feira, 25 de junho, 19h
Auditório

Música moderna do século XX, com peças de Villa-Lobos, Samuel Barber e outros.


Oficina de Microcontos: Memorial incompleto da epidemia de aids
Com Acervo Bajubá
Quarta-feira, 26 de junho, das 14 às 17h
Sala de apoio - térreo
MÊS DO ORGULHO LGBTQIAP+

18 anos. 20 vagas. Inscrições: https://forms.gle/ktFGMSYai3RiJxVQ9
Acervo Bajubá realiza a oficina de microcontos Memorial Incompleto da Epidemia de Aids. A oficina busca, a partir de memórias e referências pessoais e da apresentação de itens da coleção do Acervo Bajubá, produzir textos curtos ficcionais ou autobiográficos sobre experiências com HIV/Aids.

O Acervo Bajubá é um projeto comunitário de registro de memórias da comunidade LGBTQIA+ brasileiras. Além de reunir uma coleção de itens sobre essa população, o Bajubá colabora com exposições, capacitações e projetos de produção, mediação e circulação de narrativas sobre as histórias de pessoas LGBTQIA+.

Marcos Tolentino é licenciado (2009) e mestre (2012) em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde atualmente desenvolve o seu doutorado no programa de Pós-Graduação em História. É pesquisador-colaborador no projeto História e memória LGBT+ no ABC, na Universidade Federal do ABC (UFABC). É pesquisador e educador do Acervo Bajubá, da organização VoteLGBT e do Grupo de Pesquisa MP +Diverso do Ministério Público da Bahia. Atuou como produtor e roteirista dos podcasts Passagem só de Ida e Palanque. Ministrou oficinas no Sesc Avenida Paulista, Sesc Carmo e no Sesc Consolação. Vive com HIV há oito anos e, desde 2021, escreve e fala publicamente sobre o tema, publicando textos nas coletâneas Poéticas de vida. Escritas de Si(da)” (2022) e “Tudo o que eu deixei de dizer em voz alta” (2023).

Marcos Visnadi é autor de poemas, contos, crônicas e ensaios publicados em diversas antologias, revistas, fanzines e sites. Em 2021, publicou de forma independente o livro “Se ficar muito difícil: poesia reunida, 2013-2020”. Doutor em Letras pela Universidade de São Paulo, atua como pesquisador e escritor do Acervo Bajubá, projeto comunitário de registro de memórias das comunidades LGBTQIAPN+ brasileiras. Vive em São Paulo.


Clube de leituras antirracistas
Com Lubiana Prates e Vini Aleixo
Quarta-feira, 26 de junho, das 19 às 21h
mensalmente (últimas quartas-feiras do mês)
Online
Inscrições pelo link: https://forms.gle/Y1eFjNaks8BFuq5b9

O Clube de Leitura Antirracista pretende ser uma forma de exercitar tecnologias políticas e existenciais - contundentes e afetivas - para aprender a “habitar o tempo da incerteza”, na feliz expressão de Ailton Krenak. Busca, também, por meio de textos científicos, ensaios, contos, poesia e imagens (fotografia e vídeo), cultivar formas de ler, ver e sentir plurais - opostas à caixa de pandora das intolerâncias libertadas pela ascensão do facismo no país. Por isso, a palavra ancestralidade e refazimento político e existencial nos é preciosa na curadoria e mediação das obras e autores(as) para cada encontro, virtual. Se percebemos cada vez mais a potência de artistas, ativistas e pessoas negras e indígenas em diversas áreas, sendo agentes de suas próprias falas e culturas, simultaneamente, vivemos um momento em que se escancara ainda mais a letalidade da história única. Nesse contexto, convidamos à leitura e construção de possíveis novos horizontes imaginativos e futuros a partir do diálogo com artistas, pensadoras e pensadores negros e indígenas, como Neusa Santos, Maria Aparecida Bento, bell hooks, Achille Mbembe, Sílvio de Almeida, Davi Kopenawa, entre outros (as).

Os textos a serem discutidos são:

26 de junho
Necropolítica. Achille Mbembe. Olhos D'água, Conceição Evaristo.

28 de agosto
A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. Davi Kopenawa, Bruce Albert.

25 setembro (devido o aniversário de bell hooks)
‘Renegados’ revolucionários: americanos nativos, afro-americanos e indígenas negros, Olhares Negros - raça e representação, bell hooks. As alianças afetivas (entrevista), Ailton Krenak.

30 de outubro
Tudo sobre o amor. bell hooks.

27 de novembro
Pactos narcísicos no racismo: branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público. Maria Aparecida Silva Bento.

Vinebaldo Aleixo de Souza Filho (Vine Aleixo) é doutorando no departamento de Sociologia da Unicamp, onde pesquisa autorias negras no mercado editorial independente. É, também, educador e mediador cultural, com experiência em instituições culturais, como Fundação Bienal de São Paulo, Caixa Cultural e rede Sesc de São Paulo. Participou entre 2014 e 2016 do Núcleo de Educação Étnico-racial da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, onde ministrou cursos e palestras para a implementação da lei 11.645/08, que tornou obrigatório o ensino, em toda rede pública e privada, da história e cultura indígena, negra e africana.

Lubi Prates (1986, São Paulo / SP / Brasil) é poeta, tradutora, editora e curadora de Literatura. Tem quatro livros publicados (coração na boca, 2012; triz, 2016; um corpo negro, 2018; até aqui, 2021). “um corpo negro” foi contemplado pelo PROAC com bolsa de criação e publicação de poesia e, além de ter sido finalista do 4º Prêmio Rio de Literatura e do 61º Prêmio Jabuti, também foi traduzido e publicado na Argentina, Colômbia, Croácia, Estados Unidos, França, Portugal e Suíça; com publicação na Alemanha e Itália prevista para 2024. "até aqui" foi finalista do 64º Prêmio Jabuti. Tem diversas publicações em antologias e revistas nacionais e internacionais.

Co-organizou os festivais literários para visibilidade de poetas, [eu sou poeta] (São Paulo, 2016) e Otro modo de ser (Barcelona, 2018) e do 3º Festival Mário de Andrade (São Paulo, 2023) e também participou de outros festivais literários no Brasil e em outros países da América Latina e da Europa. Traduziu autoras como Maya Angelou, Audre Lorde, June Jordan, Lucille Clifton, Dionne Brand, Flora Nwapa, entre outras. Foi jurada do Prêmio Sesc de Literatura, Prêmio Oceanos e Prêmio Jabuti. É sócia-fundadora e editora da nossa editora. Dedica-se à ações que combatem a invisibilidade de mulheres e negros. É doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP).

 

Festival Sueli Carneiro
Sarau
Quinta-feira, 27 de junho, 19h
Auditório
Convidados a confirmar
Performance
Tramar
Quinta-feira, 27 de junho, 19h
Espaço Tula Pilar

MÊS DO ORGULHO LGBTQIAP+

TRAMAR nasce em 2023 por Jota Guerreyro, e foi contemplado no Proac Performance 2023, com destaque para a criação de uma ficha técnica composta apenas por corpos transmasculinos, fato inédito na cena teatral brasileira TRAMAR é uma performance realizada por artistas transmasculinos que se propõem a trabalhar com organismos do reino Fungi como disparadores poéticos e criativos para a construção do trabalho.

Ao direcionarem o foco aos Fungos percebem que há uma pedagogia própria sendo desenvolvida, sobre interação, cooperação, regeneração e restauração. Pioneiros da vida na Terra, os fungos são agentes da comunicação e transporte de nutrientes entre espécies, assim como são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica - portanto fundamentais na manutenção do ciclo da vida. Muitas dessas dinâmicas são executadas em proporções invisíveis aos olhos humanos.

Dessa forma, existe uma correlação entre a transmasculinidade e os fungos, no que tange a invisibilidade e a capacidade transformacional - o que leva os artistas a apostarem na pedagogia do fungo como uma poética trans. A performance busca o campo do invisível como uma potência criadora, utilizando som, luz, instalação e movimento para promover uma experiência sensorial ao público. A partir destes estímulos, cria-se uma nova gramática para a interação entre espécies.

Ficha técnica
Direção/Dramaturgia/Idealização: Jota Guerreyro @guerreyroo
Produção executiva/técnica/artística: Raoni Gabriel @raonigab
Cenografia: Angelus Manuel
Figurino: Amangelo prateado @amangeloprateado
Som: Achille Kontronatura @kontronatura
Luz: Benedito Beatriz @malditobenedito
Comunicação: Leonardo Lima @oibeji_
Elenco: Lucas Caetano @imbruanas
Kakau Basurere @nbruje
Bibi de Bibi @bibidebibixa

 

Mário na praça
Ivan Vilela
Sexta, 28 de junho, 12h30
Praça Dom José Gaspar

O show de Ivan Vilela apresenta um panorama de sua obra para a viola caipira, trazendo composições de vários momentos de sua carreira, misturadas à músicas inéditas. Estão presentes composições de seus álbuns de viola solo, Paisagens (1998) e Dez Cordas (2007), entre outras de sua vasta discografia.

Nesta proposta Ivan Vilela explora todo o potencial de sua técnica para a viola caipira, que inclui pinçar com os dedos da mão direita as suas dez cordas de modo independente e não apenas os pares de cordas - como é a técnica corriqueira do instrumento. Além das músicas, Ivan sempre situa a viola e a cultura caipira dentro do espetáculo, aproximando o público também da história do instrumento.

Ivan Vilela transita com naturalidade entre os contextos erudito e popular, sendo tanto instrumentista e compositor de complexas obras, como um reconhecido pesquisador e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Sua produção musical bebe de inúmeras fontes, indo de variados gêneros musicais das culturas populares – como o cururu - à música erudita, do Clube da Esquina aos Beatles, da canção popular à composição clássica.

É responsável por uma vasta obra para a viola caipira, com mais de vinte álbuns lançados e indicações nos principais prêmios nacionais de música: Prêmio da Música Brasileira; IBAC; Prêmio Sharp; APCA e outros. Além de já ter feito importantes turnês nacionais e internacionais, Ivan foi criador, diretor e arranjador da Orquestra Filarmônica de Violas, foi diretor da Orquestra de Viola Caipira de São José dos Campos, foi idealizador do Núcleo de Cultura Caipira, consultor musical do Museu da Pessoa, é parecerista de várias revistas acadêmicas, professor da Faculdade de Música da USP e pesquisador no Projeto AtlaS – Atlântico Sensível, da Universidade de Aveiro, Portugal.

 

Show
Ana Frango Elétrico de bolso
Sexta, 28 de junho, 19h
Auditório
MÊS DO ORGULHO LGBTQIAP+

Ana Frango Elétrico apresenta o show "Ana Frango Elétrico de bolso", que propõe uma experiência dialógica unindo a voz e a guitarra de Ana às teclas do sintetizador de Thomas Jagoda. No repertório, canções autorais, bem como versões de hits de ontem e hoje.

Desde 2015, Ana Frango Elétrico pesquisa elementos ordinários do cotidiano. Em 2018 seu trabalho ganha projeção nacional com o lançamento de “Mormaço Queima”. Em 2019, lança seu segundo álbum de estúdio, “Little Electric Chicken Heart”. O disco lhe rendeu o prêmio APCA 2019 como “Revelação Musical” e as indicações ao Grammy Latino 2020, Prêmio Multishow da Música Brasileira e Woman Music Event Awards. O álbum alcança projeção internacional, sendo resenhado em diversas línguas e prensado em vinil no Brasil e no Japão. Ainda em 2019, Ana assina a direção musical e arquitetura sonora da abertura da exposição Ballet Literal, da artista Laura Lima.

Em 2020, lança “Mama Planta Baby” e “Mulher Homem Bicho”, produzidos e lançados durante o período de isolamento social, pelos quais recebe o prêmio WME 2020. Em 2022, além de vencer o Grammy Latino como co-produtora musical do álbum Bala Desejo, participou de alguns dos principais festivais do país, como Lollapalooza, Primavera Sound e Coala Festival. Este ano, Ana se prepara para lançar seu terceiro álbum de estúdio – Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua – e tem sua primeira turnê europeia confirmada.