Mário Total

Comemoração dos 80 anos da Missão

O evento multidisciplinar "Mário Total" comemora os 80 anos da Missão com uma programação que inclui exposições, música, debates e ações culturais em diversos Centros Culturais de SP até dezembro. Além da Biblioteca Mário de Andrade, o Centro Cultural SP e a Casa Mário de Andrade também promovem eventos que relembram e comemoram os 80 anos da Missão de Pesquisas Folclóricas de Mário de Andrade (1938-2018).

Programação na BMA:

06/09, às 15h
Palestra: A biblioteca de Mário de Andrade, com Lilian Escorel
A biblioteca de Mário de Andrade oferece rico material para o estudo do processo de criação do escritor. Fartamente anotados em suas margens, os mais de 17 mil volumes em suas estantes, refletem um homem ilustrado, que se expandiu em um universo enciclopédico, viajando por terras e línguas estrangeiras em seus livros e periódicos de Artes, Letras, Filosofia e Ciências Humanas, sobretudo do século XX. Mário de Andrade não foi à Europa, como muitos dos modernistas nos anos 1920, em busca de atualização nas artes e na literatura. Viajou em sua biblioteca, onde descobriu fontes decisivas para a originalidade de seu projeto literário, combinadas com a pesquisa efetiva da cultura popular e da língua portuguesa falada no Brasil. Após uma breve apresentação da vida e da obra daquele que foi não só o abre-alas da Semana de Arte Moderna em 1922, mas sobretudo um dos principais intelectuais e teóricos do movimento modernista no Brasil, será abordado, nesta palestra, ponto alto na seção das obras das vanguardas europeias reunidas por ele: a revista de estética L’Esprit Nouveau (1920-1925). Nas páginas desse mensário francês, que teve em sua direção o arquiteto Le Corbusier, as mais de 800 anotações de Mário de Andrade guardam matrizes da criação de sua poesia e teoria modernas.

08/09, às 15h
Palestra: Mário de Andrade fotógrafo-viajante e a linguagem modernista, com Douglas Canjani
Mário de Andrade foi, além de escritor, fotógrafo ocasional, fazendo registros em família e, de modo mais intenso, durante as viagens que fez ao norte e nordeste do Brasil entre 1927 e 1929.
O que é mais espantoso em suas fotos é o modo absolutamente moderno e experimental como ele usou a camera. Parte disto se explica pelo contato que ele tinha a produção de vanguarda fotográfica da época, principalmente através de revistas culturais européias (ele nunca saiu do Brasil) e dos quadros que seus colegas modernistas traziam de fora do país, e que ele chegou a colecionar. Pretendemos mostrar aproximadamente 30 fotos daquelas viagens de Mário, evidenciando como ele criou uma linguagem própria, ousada e que correspondia às surpresas que as viagens lhe proporcionaram.

Douglas Canjani:
arquiteto pela FAU USP, onde fez mestrado e doutorado. Atualmente dá aulas de fotografia na PUC SP (Faculdade de Filosofia, Comunicações, Letras e Artes) e pesquisa viajantes que estiveram no Brasil registrando a natureza.

08/09, às 17h
Show:
Macunaíma Ópera Tupi, com Iara Rennó
Mário de Andrade foi um dos primeiros documentadores do folclore nacional; um descobridor e revelador da cultura propriamente brasileira. Pesquisador, escritor, poeta, músico e musicólogo, antes de tudo, uma pessoa bastante ligada a musicalidade. Presente em mais da metade de sua obra, a música, explícita ou implicitamente aparece como seu fio condutor. É como se sua visão de mundo partisse da música. Musicalidade que culmina em Macunaíma.
Macunaíma é obra prima de reconhecida importância nacional. Mais que uma colagem de lendas, mitos e rituais indígenas, com temperos africanos e portugueses, mais do que uma leitura da formação da cultura brasileira, é a própria cultura em formação. Na tentativa de encaixar a obra em uma classificação literária, foi lhe associado o termo "rapsódia" que, para o autor, remetia diretamente às fantasias instrumentais que utilizavam temas e processos de composição improvisada, tirados de cantos tradicionais ou populares". Sendo a música o mais orgânico veículo de expressão e continuidade da tradição popular oral, Macunaíma está cheio de canções e de musicalidade. É a 'ópera tupi', uma odisséia modernista que, pela própria estética do modernismo, não se apresenta no esquema de métrica e rima pressuposto pelas tradicionais epopéias. No final do livro está a prova irrefutável: "Me acocorei em riba destas folhas, catei meus carrapatos, ponteei na violinha e em toque rasgado botei a boca no mundo cantando na fala impura as frases e os casos de Macunaíma, herói da nossa gente".

Todos os eventos são gratuitos

Retirada de senhas com 1h de antecedência- (170 lugares)

Outras programações:

Centro Cultural São Paulo

Casa Mário de Andrade