Depois de vasculhar a obra de artistas como Frida Kahlo, Florbela Espanca e Lewis Carroll, a Taanteatro Cia. encontrou na vivência dos próprios intérpretes a matéria-prima para seu novo espetáculo. Em Novas presenças, montagem que estréia dia 12 na Galera Olido, o grupo reúne 14 solos.
O diretor Wolfgang Pannek explica que para encontrar questões individuais que também tivessem conexão com anseios coletivos, foi feito um mapeamento de dados biográficos. “Cada intérprete procurou exteriorizar sua tensão, o que para nós não representa algo necessariamente negativo”.
Pannek também ressalta que, mesmo que não sejam improvisos, as coreografias estão desvinculadas de padrões estéticos usuais e acabam misturando dança e teatro. “Os movimentos partem da percepção que o artista tem de seu público e da maneira como pode interagir com ele”, diz. As performances, que são executadas não apenas por bailarinos, mas também por atores, tratam de questões como perda e sexualidade.
A relação que mulheres de uma mesma família estabelecem com as teias de uma aranha é um dos fundamentos do solo Nhanduti, de Lilian Soarez. A peça procura desvendar o fascínio das personagens diante da forma cíclica como o inseto tece e destrói. “Tear, bordar e costurar são práticas presentes no cotidiano de minhas avós e chegaram a mim como herança. O trabalho resgata a essência desse legado e sua relação com os fios que todos tecemos, unindo nossas idéias”, explica a atriz.
Uma mostra de vídeos, que acontece paralelamente ao espetáculo, apresenta outros trabalhos da Cia., como Feifei e a origem do amor– criado para o público infantil, e Máquina Zaratustra– baseado na vida do filósofo Friedrich Nietzsche.
Serviço: Galeria Olido - Av. São João, 473 - Centro - Sala Paissandu. De 12 a 22/7, 5ª a sáb., 20h, dom., 19h. Grátis