A mostra Humberto Mauro e as Imagens do Cinema Brasileiro, que acontece de 21 a 26 na Galeria Olido, revê todas as fases da extensa produção do diretor mineiro. Um dos pioneiros do cinema brasileiro, Humberto Mauro dirigiu filmes por quase 50 anos – de 1926 a 1974 –, sempre oscilando entre a ficção e o documentário.
A programação pontua os momentos marcantes de sua carreira: o Ciclo de Cataguases; a produção para os estúdios da Cinédia – onde dirigiu Ganga bruta, seu filme mais reconhecido –; e os documentários realizados para o Instituto Nacional de Cinema Educativo (Ince). Também serão exibidos filmes sobre o diretor, como Tem coca-cola no vatapá, de Pedro Farkas e Rogério Corrêa; e Mauro, Humberto, curta de David Neves que traz depoimentos de Glauber Rocha e Alex Vianny.
Na mostra, o espectador poderá conferir Na primavera da vida, longa de estréia de Mauro, que lançou a primeira musa do cinema nacional, Eva Nill. Outros filmes desse período, como Thesouro perdido, Braza dormida e Sangue mineiro– considerado sua obra-prima da fase de Cataguases – também estão programados.
Em 1930, realizou seu primeiro filme para a Cinédia: Lábios sem beijos. Depois viria Ganga bruta. Com música de Radamés Gnatalli e participação de Déa Selva, a produção foi um fracasso na época, mas se tornaria um clássico em pouco tempo.
O convite feito por Roquette Pinto em 1936 para integrar a equipe do Ince marcaria o momento mais produtivo de sua trajetória, quando filmou mais de 300 documentários. Além de filmes educativo-culturais, dirigiu a série As brasilianas. Os curtas, que registram aspectos da cultura popular, como os cantos de trabalho entoados por trabalhadores do Nordeste, foram selecionados para este ciclo.
No dia de abertura da mostra, às 19h30, está previsto ainda um debate com a pesquisadora Sheila Schvarzman, autora do livro Humberto Mauro e as imagens do Brasil.
Serviço: Galeria Olido. Cine Olido. Av. São João, 473 - Centro. Tel.: 3331-8399. Grátis