Os protagonistas não têm mais do que 70 centímetros. Com movimentos precisos, parecem réplicas de seres humanos, mas, livres dos limites da física, podem voar ou pegar fogo voltando ao normal segundos depois. Quase tudo é permitido no teatro de bonecos e é isso que a Cia.Truks, principal representante do gênero no país, deve mostrar no festival que a Biblioteca Monteiro Lobato recebe a partir do dia 2.

Com técnica inspirada no centenário teatro bunraku japonês, o grupo traz, à vista da platéia, três atores animando simultaneamente o mesmo boneco. Não há luvas para cobrir as mãos em cena. “Nos aproximamos do jeito como as crianças brincam de boneca. Elas imediatamente se identificam”, explica o ator Henrique Sitchin.

Do repertório da companhia serão apresentados Vovô – uma homenagem aos avôs contadores de histórias, e O Senhor dos sonhos – melhor espetáculo do Festival Internacional de Teatro de Bonecos de Canela, em 2005. Essa última narra de forma bem-humorada as angústias de um menino que tenta ajustar seus sonhos à realidade de seu cotidiano. “O texto é uma homenagem ao mundo imaginativo das crianças que não é movido pela racionalidade dos adultos, mas pela poesia”, completa Sitchin.

O festival também traz ao país o uruguaio Rafael Curci, um dos melhores titiriteiros da América Latina. O mestre bonequeiro apresenta o espetáculo O ratinho e a lua. Na história de amor, Gualdo é um rato que sonha cruzar o espaço para chegar até sua amada: a lua. O artista encena ainda Práxis, montagem de temática adulta que rememora passagens infelizes do passado de um ancião até o momento em que ele recebe a visita de um homem com uma missão macabra.

Paralelamente às apresentações, a Cia. Truks oferece oficinas de teatro de animação. Integrantes do grupo, que recebeu apoio do Programa Municipal de Fomento ao Teatro, darão dicas sobre dramaturgia do teatro de bonecos e as possibilidades expressivas dos personagens. 

Serviço: Biblioteca Monteiro Lobato. De 2 a 30. Grátis.

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