O Cine Olido apresenta, de 2 a 7, a retrospectiva Grazie, Antonioni!, em homenagem ao cineasta italiano, morto em julho, aos 94 anos. Autor de filmes herméticos, protagonizados por personagens submersos em problemas existenciais, o diretor dividiu opiniões em relação a sua obra: ou era amada ou odiada. Sentimento que suscitou mesmo no auge da popularidade, no início dos anos 60, com a trilogia A aventura (1960), A noite (1961) e O eclipse (1962).
Quem preferia algo mais leve e não suportava o que hoje se convencionou chamar de “cinema cabeça” optava pelas comédias e musicais. Os mais intelectualizados, não só chegavam a assistir várias vezes a cada filme, como se reuniam, após a exibição, para analisar e discutir o tema desenvolvido pelo diretor, conhecido como “o poeta da solidão e da incomunicabilidade”.
Em A aventura, uma das personagens, Anna, desaparece durante excursão por ilhas do Mediterrâneo. Enquanto procuram por ela, seu noivo e sua melhor amiga se apaixonam. Vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim, A noite mostra um escritor (Marcello Mastroianni) em crise no casamento, vagando pela madrugada em busca da criatividade perdida. O eclipse usa um caso amoroso como exemplo para tratar da decadência dos sentimentos humanos.
O três filmes são estrelados por Monica Vitti, musa do diretor, com quem viveu durante 11 anos sem se casar. A atriz é considerada por muitos como “a expressão feminina perfeita do universo angustiado de Antonioni”.
Serviço: Galeria Olido - Cine Olido - Av. São João, 473, Centro - Tel: 3334-0001, ramal 2006. De 2 a 7 de outubro. 16 anos. Grátis