Dead Fish comemora 25 anos de hardcore na Galeria Olido

Grupo apresenta músicas do álbum “Vitória” no dia 28 de fevereiro


“Vitória” dialoga com temas pertinentes para o grupo como desonestidade, preconceito e hipocrisia (Foto: Guilherme Fernandez)

Por Letícia Andrade


Prestes a completar 25 anos de carreira, a banda Dead Fish se prepara para a turnê de comemorações com uma apresentação gratuita no dia 28 de fevereiro, na Galeria Olido. Formada atualmente pelos músicos Rodrigo Lima (vocal), Alyand Miele (contrabaixo), Ricardo Mastria (guitarra) e Marco Antônio Melloni (bateria), o grupo de hardcore faz show do disco “Vitória”, lançado no ano passado.

Natural de Vitória, no Espírito Santo, o grupo começou a se destacar logo nos primeiros materiais lançados, como a fita demo “Re-Progresso” (1995) e o álbum “Sirva-se” (1998), que vendeu mais de 10 mil cópias em um ano. Hoje, com oito álbuns lançados, a banda continua experimentando o prestígio de sempre. Prova disso, é “Vitória”, primeiro álbum lançado sem gravadora, porém com o apoio dos fãs, que contribuíram com o financiamento coletivo. Ao todo, foram arrecadados mais de R$ 250 mil, valor superior a quatro vezes o esperado.

Para o vocalista Rodrigo Lima, no grupo desde a fundação, a forma de produção deste álbum representa uma grande surpresa. “Não foi só um diferencial, mas também uma descoberta para nós internamente. Não contávamos muito com esse tipo de financiamento meses antes de resolvermos”, admite. Depois do lançamento, o grupo fez uma espécie de pré-venda. “Foi um processo muito trabalhoso, porque iríamos despachar 700 álbuns, mas passamos a trabalhar com um número superior a três mil”, conta.

O álbum reúne 14 faixas que dialogam com temas pertinentes para o grupo como desonestidade, preconceito e hipocrisia. De acordo com Lima, o viés político das composições veio com um pouco mais de intensidade, muito em decorrência do momento em que o país vive. “Desde o primeiro álbum isso é uma inspiração. Em alguns aspectos, as letras parecem ser mais diretas. Acho que em outros discos consegui ser mais subjetivo do que nesse”, acredita.  Em relação à sonoridade, o diferencial fica por conta do timbre da guitarra e da bateria. “Foi o primeiro álbum gravado pelo Marcão e pelo Ric Mastria. Eles deram uma visão mais crua e rápida do nosso trabalho. É um disco menos melódico que agradou bastante a gente”, conclui.

Serviço: | Galeria Olido – Sala Olido. Av. São João, 473. Próximo das estações República, Anhangabaú e São Bento do metrô. Centro.| tel. 3331-8399 e 3397-0171. Dia 28, 18h. 60 min. Livre. Grátis (retirar senha a partir das 14h).