A arte independente mostra sua cara

Já houve tempo em que formar uma banda, lançar um disco, escrever um livro, fazer um filme ou participar de uma exposição de artes plásticas só era possível para quem fosse ligado a uma gravadora, editora, produtora ou galeria de renome.

Com o tempo, os artistas “rejeitados” – ou aqueles que sim-plesmente não queriam se submeter à ditadura dos grandes empresários culturais – começaram a perceber que era possível não apenas sobre-viver, mas obter vantagens agindo por conta própria. Hoje as produções independentes são realidade nas mais diversas áreas artísticas, permitindo o surgimento de novos talentos e contribuindo para que os envolvidos tenham mais autonomia em relação ao próprio trabalho.

Para mostrar o crescimento da importância desse modo mais democrático de fazer arte, o Centro Cultural da Juventude promove, durante este mês, a segunda edição do CCJ Independente. O projeto tem parceria com a revista Dynamite e apresenta, entre os dias 3 e 31, shows, debates, filmes, bate-papos, oficinas, exposições, intervenções, saraus e outros tipos de atividades, exibindo, discutindo e analisando como se faz arte independente.

“A proposta deste ano, além de ceder espaços para novos artistas, prevê a apresentação de pessoas que se firmaram trabalhando exclusivamente de forma independente”, explica Karen Cunha, coordenadora do projeto. As atividades fornecem, também, informações e dicas de como atuar informalmente no universo artístico e promover o trabalho. A jornalista Flávia Durante falará sobre as ferramentas disponíveis na internet para divulgar grupos musicais, enquanto o grupo [A]tensão Sistema Sonoro ensinará os passos necessários para a implantação de uma web rádio.

Na área de literatura, o poeta Sérgio Vaz, autor de cinco livros independentes, mostrará qual é o caminho das pedras para sobreviver no concorrido mercado editorial sem ter de recorrer às grandes editoras.

Um dos destaques da programação é a mostra de filmes independentes com produções norte-americanas, francesas, espanholas, mexicanas, dinamarquesas e brasileiras, como é o caso do polêmico O cheiro do ralo, de Heitor Dhalia.

“Nosso objetivo”, enfatiza Cunha, “é atestar a realidade do mercado da arte independente e como seu crescimento reflete, inclusive, na economia brasileira, contribuindo com a geração de novos empregos e profissões ligadas ao setor”. 

Serviço:Centro Cultural da Juventude - Av. Deputado Emílio Carlos, 3641, Vila Nova Cachoeirinha - tel: 3984-2466.

Veja a programação abaixo:

CCJ independente
Shows de lançamento da Revista Itinerante 
Shows Ladyfest 
Shows CCJ Independente 
Mostra de Longas Independentes