Arquivo Histórico Municipal celebra centenário com novas publicações e restauração da sede

No próximo dia 17, o Arquivo Histórico Municipal Washington Luís - uma divisão do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura - celebra 100 anos de existência. A mais antiga instituição de memória da cidade de São Paulo existe desde 1907 e, décadas depois, em 1999, o departamento foi deslocado para sua sede atual, construída por Ramos de Azevedo na Praça Coronel Fernando Prestes, no bairro do Bom Retiro.

Entre as funções do local está o atendimento a pesquisadores, estudantes e munícipes interessados em realizar consultas, como por exemplo, com o intuito de construir sua árvore genealógica. Sob a tutela do Arquivo, estão 4,5 milhões de documentos sobre a cidade, desde o século 16 e entre os materiais mais procurados estão: plantas antigas de prédios particulares e livros de registros de cemitérios. Em média, o local recebe 500 pedidos de consultas para as diferentes áreas. Somente neste ano, até setembro, foram registrados mais de 3.500 atendimentos.

Em seu acervo, podem ser encontrados os documentos mais antigos do Brasil, como atas da Câmara de Santo André da Borda do Campo e da Câmara de São Paulo, que datam de 1555 até 1826.

Além da guarda dos documentos, o Arquivo cuida do restauro e acondicionamento de documentos raros na reserva técnica. Esse trabalho é desenvolvido internamente pelo próprio Laboratório de Restauro, da Seção de Restauração e Encadernação. Para ter acesso a esses documentos é preciso fazer agendamento prévio.

Em uma parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, foi possível realizar a digitalização de 1.282 plantas arquitetônicas de autoria de Ramos de Azevedo - doadas pelo escritório Severo & Villares.

Para compor as comemorações do centenário, a SMC programou a divulgação do informativo do Arquivo Histórico Municipal, que já pode ser consultado pelo site oficial da instituição (www.arquivohistorico.sp.gov.br ); o lançamento da Revista do Arquivo Histórico, previsto para fevereiro do ano que vem; visitas monitoradas na sede do Arquivo e um selo comemorativo, criado e doado pela artista plástica Maria Bonomi.

Para completar, foi autorizada a captação de recursos via Lei Rouanet no valor de R$ 275 mil, que irá se destinar à elaboração de um livro com 150 reproduções de documentos sob tutela do Arquivo, à realização de uma exposição e um seminário internacional. Já estão sendo realizadas visitas monitoradas e projeção do filme de André Klotzel sobre o Bom Retiro. O documentário compõe a série História dos Bairros de São Paulo.

Reformas
Este ano, a edificação passou por uma obra de restauro e conservação da cobertura e substituição do piso do subsolo, custeada pela Secretaria Municipal de Cultura no valor de R$ 535 mil.

O Programa Monumenta, do Ministério da Cultura, em parceria com a Prefeitura, investiu cerca de R$ 1,3 milhão no restauro da fachada do prédio principal e do anexo. A obra foi provisoriamente paralisada para a elaboração de um laudo técnico, que garantirá a segurança da cobertura do edifício anexo. Sua retomada está prevista para os próximos dias. A mesma parceira possibilitou, em 2006, a reurbanização da Praça Fernando Prestes, onde se localiza o prédio do Arquivo, que custou R$ 1.332 milhão.

Para a ampliação das instalações do Arquivo Municipal, está em andamento a desapropriação do prédio vizinho, cujos recursos já foram depositados, e que abrigará boa parte do acervo de documentos relativos à história da Cidade de São Paulo.


Serviço:
Arquivo Histórico Municipal. Edifício Ramos de Azevedo. Praça Coronel Fernando Prestes, 152, Bom Retiro. Tel.: 3326-1010. Atendimento: de 2ª a sábado, das 9h às 17h.