Balé da Cidade apresenta três coreografias, uma inédita

Theatro Municipal recebe a estreia mundial de “Corpus”, de André Mesquita e mais dois espetáculos entre os dias 8 e 12 de junho

Por Gabriel Fabri

O Balé da Cidade de São Paulo (BCSP) sobe ao palco do Theatro Municipal em junho com uma sequência de três coreografias, uma delas inédita. A estreia mundial “Corpus”, do português André Mesquita, “Adastra”, do catalão Cayetano Soto, e “O balcão de amor”, do israelense Itzik Galili, fazem parte do programa apresentado entre os dias 8 e 12. Para a diretora artística do BCSP, Iracity Cardoso, trata-se de três mundos diferentes. “As coreografias têm personalidades distintas, são três criadores com marcas muito próprias”, afirma. 

A inédita “Corpus” inspira-se em fragmentos do livro de mesmo nome do filósofo francês Jean-Luc Nancy. “É uma peça em que o corpo está exposto de certa forma, despojado de grandes adornos e em que vemos muita pele”, explica o André Mesquita. Para ele, a questão do toque presente no livro é de suma importância para suas reflexões sobre a dança. Além disso, a obra de Nancy é infinita de imagens coreográficas. “Um único parágrafo daria para pensar todo um ano de processo de trabalho”, afirma. Para transpor as ideais do filósofo para o balé, o desafio foi ter a cabeça ocupada. “É pensar o toque que se dá entre o ler e o pensar dançando”, afirma o coreógrafo.  

Encenada pela primeira vez no Theatro Municipal, “Adastra” foi inspirada em uma reflexão sobre o caminho que cada indivíduo percorre para alcançar as estrelas. Isso aparece no palco pelo esforço, tanto físico quanto interpretativo, dos dançarinos. “Quando você quer chegar ao momento culminante do desejo, você precisa de um esforço muito grande”, afirma Iracity. Por isso, é uma coreografia que exige muito de seus intérpretes. 

Inspirada em Cuba, “O balcão do amor” traz músicas de Pérez Prado, considerado O Rei do Mambo. “A música traz esse sabor dos trópicos e da Ilha para o espetáculo”, pontua Iracity. “A coreografia é moldada por mambos tradicionais que estão muito no imaginário das pessoas”. O espetáculo de Galili também traz pequenos momentos cômicos e outros sensuais. “Em geral, o público sai do teatro com um grande sorriso no rosto.”   

| Theatro Municipal de São Paulo. Pça Ramos de Azevedo, s/nº, Centro | Bilheteria: 3397-0327. De 8 a 11, 20h. Dia 12, 17h. R$ 25 a R$ 90