CCSP sedia encontro internacional de discotecas

Evento acontece entre os dias 19 e 22 de julho e discute a manutenção, as especificidades e as “joias” guardadas nos acervos

Entre os dias 19 e 22, o Centro Cultural São Paulo recebe um encontro inédito para discutir a manutenção, as especificidades e as “joias” guardadas nos acervos armazenados em discotecas públicas e coleções particulares. No 1º Encontro Internacional de Discotecas, renomadas instituições nacionais e internacionais são representadas por especialistas que relatam suas experiências frente à UCLA & Smithsonian Institution, dos EUA, à Discoteca Nacional de Montevidéu, no Uruguai, à Fonoteca Nacional do México, na Cidade do México, à Biblioteca Nacional da França, sediada na capital Paris, entre outras.

A organização do evento ficou por conta da equipe da Discoteca Oneyda Alvarenga (antiga Discoteca Pública Municipal), atualmente sediada no Centro Cultural São Paulo e gerida pela bibliotecária Jéssica Barreto. “Começamos a pensar no formato no início do ano passado a partir de uma relação das principais instituições brasileiras e estrangeiras, elaborada em parceria com o IEB (Instituto de Estudos Brasileiros) e a pesquisadora Flávia Toni”, explica ela.

Com mais de 80 anos de existência, a Discoteca Oneyda Alvarenga é referência na cidade quando o assunto é acervo sonoro. Criada no mesmo ano da fundação do Departamento de Cultura por Mário de Andrade, em 1935, a Discoteca reúne uma coleção de música popular, folclórica e erudita, nacional e estrangeira, e tem, entre seus destaques, a coleção brasileira de discos em 78 RPM (também conhecidos como goma-laca em alusão à matéria-prima usada em sua confecção), dos quais possui a maioria dos títulos que foram gravados em solo nacional, além da Coleção de Pesquisas Folclóricas de 1938, idealizada e organizada também por Mário de Andrade. “Este encontro nos ajuda a refletir sobre o futuro da nossa própria discoteca a partir do que outras instituições semelhantes estão fazendo”, comenta Jéssica Barreto.
Os raros discos em 78 RPM terão atenção especial neste encontro. No final da década de 1950, os itens com esta especificidade deixaram de ser produzidos, voltando à prensa somente em ocasiões especiais, o que ajudou a torná-los mais atraentes. No dia 21, uma mesa de debate voltada ao assunto acontece às 16h, na Sala Jardel Filho.

Para participar do evento, é preciso inscrever-se gratuitamente pelo site www.centrocultural.sp.gov.br até dia 11 de julho.

Por Giovanna Longo