Existência de subgênero “pós-horror” é discutida no CCSP

Mostra “Sem Susto, o Cinema Pós-Horror” fica em cartaz entre os dias 5 e 14 de setembro

Quando se pensa em filme de terror, alguns elementos vêm quase automaticamente à cabeça de quem está acostumado com essas produções: os sustos fáceis, as locações em cabanas, florestas ou em casas mal-assombradas, os fantasmas ou serial killers, a noite escura, entre outros recursos da cartilha do gênero. Recentemente, entretanto, uma série de produções de baixo orçamento têm se apropriado dos elementos do cinema de horror e criado obras originais que, mesmo se utilizando dos clichês de sempre, subvertem o seu uso, fugindo da busca do susto pelo susto, e provocando frio na espinha, a partir de sensações como o estranhamento diante do sobrenatural.

A esses filmes cunhou-se o termo “pós-horror”, tratado pelo crítico Steve Rose, do jornal The Guardian, como um subgênero do cinema de terror. Pensando em discutir a existência ou não dessa categoria e quais seriam suas peculiaridades, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) promove a Mostra “Sem Susto, o Cinema Pós-Horror”, entre os dias 5 e 14 de setembro. No dia 9 acontece um debate sobre essas produções, com a presença da jornalista Laura Loguercio Cánepa e da cineasta Gabriela Amaral Almeida, diretora de “Animal Cordial”.

A mostra traz alguns dos principais filmes que receberam a alcunha de “pós-horror”, decepcionando o público que esperava algo mais convencional e atiçando a curiosidade da crítica. São eles: os estadunidenses “Ao Cair da Noite”, de Trey Edward Shults, e “A Bruxa”, de Robert Eggers; o austríaco “Boa Noite, Mamãe”, de Veronika Franz e Severin Fiala; o australiano “Babadook”, de Jennifer Kent; entre outros.

Além dessa seleção, a Mostra traz produções que dificilmente poderiam ser consideradas do gênero, mas que trazem elementos comuns a essas produções “pós-horror”: o francês “Personal Shopper”, filme estrelado por Kristen Stewart e que, apesar de vaiado no Festival de Cannes, rendeu o prêmio de Melhor Diretor para Olivier Assayas; e os nacionais “Mate-me Por Favor”, de Anita Rocha da Silveira; “Trabalhar Cansa”, de Marco Dutra e Juliana Rojas; e “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho.

Por fim, a Mostra traz também obras clássicas, consideradas como precursoras desse subgênero: “O Bebê de Rosemary”, de Roman Polanski; “O Iluminado”, de Stanley Kubrick; e, por fim, “Inverno de Sangue em Veneza”, de Nicolas Roeg.

Confira a programação completa no site do CCSP