Livro “Coraline”, de Neil Gaiman, ganha adaptação para o teatro em “A Porta Secreta”

Espetáculo é apresentado nos dias 5 e 6, no Teatro João Caetano, e nos dia 12 e 13, no Flávio Império

 

Para trazer “Coraline”, novela de Neil Gaiman, aos palcos teatrais, o diretor Fábio Ock e o dramaturgo Marcos Ferraz decidiram ser o mais fiel possível à história publicada em 2002. “O texto do Gaiman é riquíssimo, então optamos mais por transcrever a obra do que adaptar. Acho que deu certo”, conta Ock, que compara o livro com “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll. “Costumo dizer que Coraline é algo próximo da densidade da obra de Carroll”, completa. Em março, o espetáculo, intitulado “A Porta Secreta”, será encenado no teatros João Caetano, nos dias 5 e 6, e no Flávio Império, nos dias 12 e 13. As apresentações são gratuitas.

Na trama original, Coraline acaba de se mudar para um novo apartamento. Entediada e sem receber atenção dos pais, ela descobre uma porta que a leva para uma realidade paralela, onde a sua família faz tudo o que ela deseja. Mas não tarda para a garota perceber que as coisas nesse outro mundo não são tão maravilhosas como parecem.

Para Ock, o mundo secreto de Coraline é uma metáfora para um encontro de cada um com o seu próprio lado sombrio. “Entendo como uma viagem para dentro de nós mesmos”, afirma. Ele conta que o que sempre o agradou na história de Gaiman é o fato de ela ser um conto de terror para as crianças, resgatando a atmosfera original daqueles compilados pelos Irmãos Grimm. “Essas histórias são de uma crueldade sem tamanho, uma crueldade típica das crianças. Elas são cruéis e bondosas, em seus extremos, porque não têm filtro”, explica. Quando leu o livro de Gaiman pela primeira vez, Ock admite ter se apaixonado imediatamente pela obra. “Particularmente, o que me atraiu de início foi o espírito desbravador de Coraline, aquele que toda criança tem, mas que abandonamos quando começam a chegar as contas para pagar”, reflete.

A história já havia sido adaptada para os cinemas em “Coraline e o Mundo Secreto”, animação em stop motion dirigida por Henry Selick (“O Estranho Mundo de Jack”) e com Dakota Fanning dublando a personagem principal. Enquanto no longa-metragem a diferença mais visível entre os dois universos se dá no uso das cores, em que tudo no mundo secreto é mais vivo e colorido, na peça a principal divergência se dá pelo trabalho dos atores. “O mundo paralelo tem uma interpretação mais exagerada, enquanto o real tem um estilo mais realista”, afirma Ock.

Por Gabriel Fabri

Serviço: Diversos Espaços. Grátis. Livre. 60min. Retirar ingressos uma hora antes.
| Teatro Municipal João Caetano. Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino. Próximo da estação Santa Cruz do metrô. Zona Sul. | tel. 5573-3774 e 5549-1744. Dias 5 e 6, 16h
| Teatro Municipal Flávio Império. R. Prof. Alves Pedroso, 600, Cangaíba. Zona Leste. | tel. 2621-2719. Dias 12 e 13, 16h