Peça retrata a história de jovens que aderiram à Guerrilha do Araguaia

Espetáculo “Guerrilheiro Não Tem Nome” chega aos teatros Leopoldo Fróes e Zanoni Ferrite e ao Centro Cultural São Paulo Espetáculo

Baseado no livro “MATA! O Major Curió e as Guerrilhas do Araguaia”, de Leonencio Nossa, o espetáculo “Guerrilheiro Não Tem Nome”, do grupo MATA!, tem apresentações gratuitas entre os dias 6 e 8, no Teatro Leopoldo Fróes; 13 e 15, no Zanoni Ferrite; e nos dias 28 e 29, no Centro Cultural São Paulo (CCSP).

A peça, contemplada na 3ª edição do prêmio Zé Renato da Secretaria Municipal de Cultura, conta a história dos jovens que aderiram à Guerrilha do Araguaia, movimento criado por dissidentes do Partido Comunista Brasileiro para organizar uma luta armada contra a Ditadura Militar e iniciar uma revolução socialista a partir do campo. A guerrilha atuou ao longo do rio Araguaia, na região da floresta Amazônica, de 1969 a 1974, sendo reprimida pela ditadura civil-militar com torturas e execuções. O acontecimento foi abafado, vindo á público apenas após a redemocratização.

Para escrever o livro em que o espetáculo se baseia, Leonencio Nossa teve acesso ao arquivo pessoal de Sebastião Rodrigues de Moura, conhecido como Major Curió, um dos agentes da repressão do regime militar. Os documentos revelaram em detalhes assassinatos e torturas cometidas na região do rio Araguaia. O conteúdo da obra, assim como a sua estrutura fragmentada, inspirou a peça e o nome da companhia teatral. “A forma fragmentada do livro compõe uma totalidade que mostra o geral e ao mesmo tempo o particular", explica o diretor Anderson Zanetti. A peça é composta por mais de trinta personagens, entre guerrilheiros, militares e camponeses. “Não foi o conteúdo bibliográfico que determinou a criação artística, mas foi o olhar poético que trouxe à tona aquilo que mais mobilizou o intelecto e a sensibilidade dos atores”, completa.

A peça pretende provocar uma conscientização política e histórica a respeito desse sangrento episódio. Para Zanetti, a Guerrilha do Araguaia é um capítulo extremamente importante da história do país pois permanece atual. “Pela pouca, ou quase nenhuma abordagem nos materiais didáticos acerca do assunto; pelo desaparecimento dos corpos das vítimas; e, por fim, pela continuidade das práticas fascistas no campo da política e do controle social da população”, enumera.

Por Gabriel Fabri

Serviço: | Teatro Municipal Leopoldo Fróes. Rua Antonio Bandeira 114. Zona Sul. | tel. 5541 7057. Dias 6 e 7, 20h. Dia 8, 19h
| Teatro Municipal Zanoni Ferrite. Av. Renata, 163, Vila Formosa. Zona Leste. | tel. 2216-1520. Dias 13 e 14, 20h. Dia 15, 19h
| Centro Cultural São Paulo – Sala Adoniran Barbosa. R. Vergueiro, 1.000, Paraíso. Próximo da estação Vergueiro do metrô. Centro. | tel. 3397-0001 e 3397-0002. Dia 28, 19h. Dia 29, 18h
| Grátis