Adaptação de obra de Hilda Hilst, monólogo “Osmo” chega ao Teatro Cacilda Becker

Sob a direção de Susan Damasceno, peça faz curta temporada, entre os dias 24 e 26 de fevereiro

 Dentro de uma banheira cheia de água, um serial killer com pretensões literárias narra a sua história, enquanto toma banho. É com base nesse enredo, adaptado do livro “Fluxo-floema”, de Hilda Hilst, que se desenrola o monólogo “Osmo”, encenado por Donizeti Mazonas e dirigido por Susan Damasceno. A peça, contemplada pelo edital Prêmio Zé Renato de Teatro, faz curta temporada no Teatro Municipal Cacilda Becker, entre os dias 24 e 26 de fevereiro.

Antes de chegar aos palcos, a peça passou por um processo de adaptação que durou quatro anos. “Fizemos muitos ajustes no original para deixá-lo estritamente essencial à cena, que é diferente do texto para leitura. Apesar disso, somos muito fiéis à escrita da Hilda”, conta Mazonas, também responsável pela direção de outras montagens baseadas em obras da autora, entre elas “A Obscena Senhora D” e “Floema”.

Na história, Mazonas é Osmo, um homem de meia idade, que sai para dançar com mulheres, fazer amor e depois as assassiná-las. “O personagem busca ser compreendido. E isso só pode ser feito por meio da linguagem, que é o único instrumento que ele possui. Essa é a grande dificuldade dele e de todos os escritores”, revela o ator.

O monólogo tem participação especial da atriz Érica Knapp, que não tem falas. “Ela representa a presença feminina, apesar de todas as tentativas de eliminação”, observa Mazonas. Para ele, a maior dificuldade é dar vida e fluxo de consciência à narrativa. “Não queremos cair no riso fácil ou transformar o serial killer num vilão folhetinesco, antes de tudo a ideia é mostrar que o mal é uma potência humana assim como o bem”, conclui.

Por Letícia Chiantia

Serviço: Teatro Municipal Cacilda Becker. Rua Tito, 295, Lapa. Zona Oeste. tel. 3864-4513. | Dias 24 e 25, 21h. Dia 26, 19h. Grátis (retirar ingressos uma hora antes). 60 min. +18.