Exposição faz homenagem a Yolanda Penteado

Com curadoria de Marcos Mantoan e cocuradoria de Alecsandra Matias, “Yolanda Penteado, a dama das artes de São Paulo” abre dia 9 no Solar da Marquesa de Santos

Neste mês, o Solar da Marquesa de Santos convida seus visitantes a refletir sobre o que seria da cena cultural da cidade sem sua Bienal de Arte ou o Museu de Arte Moderna de São Paulo, por exemplo. A resposta correta é que, sem a existência de Yolanda Penteado, talvez estas instituições culturais tão icônicas, nem teriam sido criadas.

Para homenagear esta grande mulher, protagonista de um trabalho que colocou para sempre a capital no mapa das artes mundiais, será inaugurada, no dia 9, às 11h, a exposição “Yolanda Penteado, a dama das artes de São Paulo”, com curadoria de Marcos Mantoan e cocuradoria de Alecsandra Matias.

A mostra se divide em quatro salas e contém documentação histórica como cartas e fotos de documentos em fac-símile. A exposição procura traçar a biografia desta mulher da sociedade e seus grandes feitos no campo das artes. Um painel mostrará, cronologicamente, toda sua atuação e haverá, ainda, maquetes das principais instituições que se beneficiaram de sua importante participação.

Na década de 1920, as artes em geral passavam por um intenso debate, que resultou em uma transformação, fruto das reflexões sobre o modernismo brasileiro. Mesmo com a realização da Semana de Arte Moderna (1922), o campo das artes visuais, que não estava na base do movimento, ainda precisou de um tempo para ir além da questão estética e avançar em sua institucionalização, amplamente beneficiada pelo mecenato.

E foi nesse campo que Yolanda Penteado fez toda a diferença. Junto com Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo, seu marido, e o magnata da mídia Assis Chateaubriand, ela transformou o cenário cultural brasileiro. O caso das Bienais Internacionais de Arte de São Paulo é especialmente interessante. Para a realização da primeira edição, em 1951, ela viajou a países europeus e aos EUA e convidou, pessoalmente, os artistas.

A partir do grande sucesso da estreia, para a edição seguinte, realizada em 1953, Yolanda conquistou um feito histórico para a América Latina: trouxe para exibição a tela de grandes dimensões “Guernica”, criada em 1937 pelo pintor catalão Pablo Picasso. A obra, com seus 3,49 metros de altura e 7,76 metros de largura, saía, pela primeira vez, do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Atualmente, o quadro está no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri e, dificilmente, viaja para outros países.

Ainda no dia 9, a Casa da Imagem, vizinha do Solar da Marquesa, abre a exposição “Fotoimagens”. Com curadoria de Adolfo Montejo Navas, a mostra reúne parte da obra de Ana Vitória Mussi, artista que atuou a partir de 1970 e cujo trabalho enfoca a fotografia de forma artística, trazendo uma reflexão que transcende a questão puramente estética.

Por Giovanna Longo