CCSP exibe versões de filmes clássicos em 16mm

Mostra “Super 16” tem início no dia 26 de março e traz longas-metragens como “O Silêncio”, de Ingmar Bergman, e “No tempo das diligências”, de John Ford

Trazendo para a Sala Lima Barreto antigos projetores de 16mm, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) realiza a mostra “Super 16”, que exibe, até dia 6, clássicos do cinema, mas nesse formato que foi característico nas produções de baixo orçamento.

O 16mm se refere ao tamanho da bitola, ou seja, à largura da película cinematográfica. Criado pela Kodak na década de 1920, esse formato foi mais utilizado para filmes experimentais e educativos, mas caiu em desuso com a chegada do vídeo. Até hoje, porém, por oferecer uma qualidade boa de imagem a custos mais baixos, essa bitola ainda é utilizada para filmagens, e pode ser convertida depois para 35mm, formato considerado padrão da indústria. Com uma largura menor, o filme de 16mm tem uma imagem mais próxima do formato da televisão.

Para a curadora-adjunta de cinema do CCSP, Lígia Rocha, iniciativas como a desta mostra são importantes para manter viva a cultura do cinema em película, que hoje é substituída pelos formatos digitais. “O 16mm tornou possível que praticamente qualquer espaço pudesse ser transformado em sala de exibição. Isso fortaleceu o circuito alternativo em um período no qual ir ao cinema era um hábito limitado pelas instalações de alto custo”, explica. As cópias de clássicos nesse formato, que não corresponde ao formato original dos filmes –a maioria dos títulos da mostra foi filmada em 35mm–, são encontradas hoje principalmente em acervos pessoais de colecionadores.

Em abril, são exibidos dois filmes pouco conhecidos do cineasta sueco Ingmar Bergman, “Sonhos de mulheres” e “O silêncio”, produção que encerra a chamada Trilogia da Fé (ou Trilogia do Silêncio); clássicos do cinema hollywoodiano, como o musical “A noviça rebelde”, de Robert Wise, e o faroeste “No tempo das diligências”, de John Ford; e uma seleção de filmes japoneses, com duas obras de Kenji Mizoguchi e duas de Yasujiro Ozu. Há ainda a exibição de “Kramer vs. Kramer”, de Robert Danton, drama jurídico pelo qual Meryl Streep ganhou seu primeiro Oscar, no ano de 1980, contracenando com Dustin Hoffman.

Por Gabriel Fabri