Mulher japonesa é foco de mostra de cinema no CCSP

“Ozu-Hara: A mulher Japonesa” acontece entre os dias 1º e 10 de março

 Com foco no protagonismo feminino no cinema japonês, a mostra “Ozu-Hara: A Mulher Japonesa” traz uma seleção de 12 filmes clássicos ao Centro Cultural São Paulo (CCSP), em parceria com a Fundação Japão. O programa, que acontece entre os dias 1º e 10 de março, reúne filmes da década de 50 e 60 que criticam a cultura tradicional e os problemas socais do Japão. O título da mostra faz referência à parceria entre a atriz Setsuko Hara e o diretor Yasujiro Ozu, que resultou em quatro longas-metragens, todos eles exibidos no CCSP.

A mostra reúne quatro grandes filmes de Ozu de diferentes épocas e estrelados por Hara: “Pai e Filha”, “Dia de Outono”, “Fim de Verão” e o clássico “Era uma Vez em Tóquio”. Em todos eles, a figura feminina é trabalhada ao lado do individualismo e da liberdade.

Setsuko Hara começou como figurante em filmes de guerra e ganhou destaque após “Não Lamento Minha Juventude”, de Akira Kurosawa. A partir daí, começou a participar de grandes filmes e a ser convidada por diretores importantes do Japão, principalmente Ozu, com quem trabalhou entre 1949 e 1961. O sucesso de sua carreira a transformou em um símbolo da mulher japonesa.

Listado como um dos melhores filmes de todos os tempos pelo British Film Institute, “Era uma Vez em Tóquio”, conta a história de um casal idoso que decide tomar um trem e visitar os filhos adultos em Tóquio. Ao chegar, eles se deparam com a indiferença e a rotina atarefada dos filhos, até que uma morte trágica une a todos novamente, descobrindo o que os afastaram.

A programação também conta com a refilmagem contemporânea desse filme, renomeada de “Uma Família em Tóquio”, de Yoji Yamada; além de títulos de outros diretores renomados, como Kenji Mizoguchi (“A Vida de O'Haru”); Mikio Naruse (“Vida de Casado”) e Shohei Imamura (“A Mulher Inseto ou Tratado Entomológico do Japão”).
Completando a programação, no dia 4 de março, ocorre um debate sobre a visão da figura japonesa no cinema, da era clássica até a Nouvelle Vague.

Por Bruna Pinheiro