Festival Varilux traz filmes em realidade virtual para o CCSP

Exibições de curtas em tecnologia 360º acontece no dia 6 de junho

“É uma tecnologia que te transporta para outros lugares e promove experiências que seriam impossíveis na vida real”, define Alexandre Calil Sicchieri, especialista em realidade virtual, a respeito dessa tecnologia que chega ao Centro Cultural São Paulo (CCSP) para um dia único de exibições. Integrando a programação do Festival Varilux de Cinema Francês, ao todo oito curtas-metragens são exibidos em 360º no dia 6. No mesmo dia, Sicchieri participa de um debate com o cineasta e curador da mostra, Michel Reilhac.

Sicchieri explica que um filme em realidade virtual dá mais liberdade para o público, que não fica tão preso à escolha de ângulos e tomadas do diretor como em um filme tradicional. “A tecnologia dá um poder de escolha para o espectador, que agora pode olhar para onde quiser”, explica. Ele afirma também que assistir a um filme em 360º é uma experiência de imersão visual e sonora. “Mesmo parado, você se sente parte da movimentação em cena”.

O movimento do filme “VIENS!”, de Michel Reilhac, foi um dos aspectos que chamaram a atenção de Sicchieri. “Eu fiquei surpreso, não tinha nenhuma experiência anterior de algo assim quando assisti”, revela. Exibido no Festival de Sundance, evento dedicado ao cinema independente, o curta-metragem tem conteúdo sexual e é proibido para menores de 18 anos. “Não conhecia outro filme em realidade virtual fora do circuito da indústria pornográfica, que tenha feito uso do sexo explícito”, explica Sicchieri. “Depois, outros filmes foram realizados, mas não tiveram o mesmo destaque que a obra de Reilhac”. Na trama, três mulheres e quatro homens, completamente nus em cena, se encontram em uma experiência física e transcendental.

A programação inclui também outros filmes em 360º que foram exibidos no Festival de Sundance, como “Notes on Blindness”, de Peter Middleton e James Spinney, e “Out of The Blue”, de Sophie Ansel.

Por Gabriel Fabri