Morena Nascimento estreia “ANTONIA” na Galeria Olido

Espetáculo sobre as origens da dança e os ciclos humanos segue para os teatros municipais Arthur Azevedo e Paulo Eiró

Regressar às origens da dança e trabalhar com o coletivo nos ciclos humanos é o que busca o novo espetáculo de Morena Nascimento, “ANTONIA: Como se em sua dança quisesse reinventar o exaustivo ciclo do nascer e morrer”, com estreia marcada para o dia 10, na Galeria Olido. Com apoio do 16º Programa Municipal de Fomento à Dança, da Secretaria de Cultura, o projeto segue curta temporada em março pelos Teatros Municipais Arthur Azevedo e Paulo Eiró, integrando a programação do Circuito Municipal de Cultura 2016.

“ANTONIA é um fenômeno que expressa a força do feminino presente em tudo, não apenas nas mulheres”, conta Morena, responsável pela criação e direção do espetáculo. Segundo ela, o título tem inspiração nos fenômenos naturais, como a força da água e do vento, que sempre são batizados com nomes femininos.

Ao som de uma trilha sonora diversificada, que mescla música cigana, japonesa, vietnamita, africana, sacra, eletrônica e rock das décadas de 60 e 70, o elenco de dez bailarinos representa, no palco, a relação entre grupo, indivíduo e natureza, por meio de uma coreografia dinâmica com grande fluxo no espaço. “São trabalhados movimentos intensos com repetição, representando os ciclos da vida e atingindo o limite da exaustão, momento que possibilita que algo novo nasça”, explica a coreógrafa.

A concepção partiu de um processo de criação intuitivo, que não repete fórmula de espetáculos anteriores de Morena, como “Rêverie” e “Claraboia”. “Foi um processo arriscado, que nasceu sem um tema específico ou ponto de partida”, revela a diretora. A escolha dos bailarinos precedeu a montagem do espetáculo e foi a interação entre eles que deu origem à apresentação. “A única certeza era a vontade de trabalhar com o coletivo”, acrescenta.

Recém-chegada ao Brasil, depois de se apresentar em Londres (Inglaterra) como convidada da companhia Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, da qual já foi integrante, a bailarina e coreógrafa conta que “ANTONIA” é uma experiência inédita, um experimento. E conclui: “A dança reinventa realidades e eu convido o público a compartilhar comigo esse risco, essa realidade que inventei.”

Por Fernanda Matricardi

Serviço:
Galeria Olido – Sala Olido. Av. São João, 473, Centro. Dias 10 a 13, qui a sáb às 20h e dom às 19h. Grátis (retirar ingresso 1 hora antes).
Teatro Municipal Arthur Azevedo. Av. Paes de Barros, 955, Mooca. Zona Leste. Dias 18 a 20, sex e Sab às 21h e dom às 19h. (retirar ingresso 1 hora antes).
Teatro Municipal de Santo Amaro Paulo Eiró. Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro. Zona Sul. Dias 25 a 27, sex e sab às 21 e dom às 19h. (retirar ingresso 1 hora antes).

Classificação 14 anos. Duração: 120 minutos.